A divisão de pontos que resulta de um empate a uma bola entre U. Leiria e Rio Ave aceita-se, quer pelo gás que equipa de Vila do Conde perdeu na segunda parte, quer pela acção desenvolvida pelos homens do Lis nos segundos 45 minutos.
O jogo começou verdadeiramente aos 14 minutos com o golo-flash de Jaime, que teve o condão de deixar o Leiria aflito e o Rio Ave mais tranquilo da ideia de que tinha de provar alguma coisa depois da vitória por 4-0 sobre o Sporting. O U. Leiria até entrou melhor na partida, mas pouco esclarecida. As bolas não chegavam em condições a Douala e Hugo Almeida, apesar das boas subidas de Alhandra. Jaime pegou então na bola e foi fazer sozinho o que os outros ainda não tinham conseguido ¿ passou defesas do Leiria e chegou ao pé de Hélton com suficiente esclarecimento e sangue frio para bater o guarda-redes brasileiro.
Aos 19 minutos Douala podia ter empatado, mas Mora defendeu com os pés o remate do camaronês que hoje, apesar do golo da segunda parte, esteve alguns furos abaixo do habitual. Aos 22 o primeiro caso do jogo, com o árbitro João Roque a anular um golo a João Paulo por alegado fora de jogo, quando o capitão fez uma recarga a um livre marcado por Hugo Almeida. Até ao intervalo as equipas foram dividindo algumas oportunidades, mas o Leiria dava mostras de começar a crescer e o Rio Ave a encolher.
Toma lá uma reacção
E foi o que se viu na segunda parte. Vítor Pontes não colocou logo trunfos em campo, deu mostras de acreditar que o onze que tinha escolhido ia dar frutos. Mas tinha que mudar algumas peças. Tirou Otacílio e colocou João Manuel ¿ que cumpriu assim 250 jogos na superliga -, a fim de dar mais segurança e menos hesitações ao meio campo. Caíco levou o mesmo rumo pouco depois. Os jogadores devem ter saído do balneário com a indicação clara de rematar assim que conseguissem condições. Douala falhou aos 54, mas não perdoou à segunda e fez o 1-1 aos 66 minutos. Notava-se que a equipa da casa já merecia. Luís Filipe podia ter feito o 2-1 pouco depois, mas o Rio Ave fechou-se ainda mais e começou num processo de perder tempo.
Carlos Brito tirou Jacques e depois Jaime, tentando reforçar o meio campo e o ataque, mas o sector da frente estava muito desligado dos cá de trás. Muito por culpa da acção do meio campo leiriense e do facto de até os defesas terem subido no terreno ao ganharam confiança. A certa altura só Renato ficava para trás, João Paulo Laranjeiro subiam, tal como Alhandra tinha feito durante todo o encontro. Vítor Pontes apostou a última carta e fez entrar Freddy, mas até ao fim, e apesar da pressão, o Leiria não conseguiu voltar a marcar. O Rio Ave passou a prova pós-Sporting e continua no sexto lugar, o Leiria ainda não ganhou os três pontos que garantem a manutenção. Mas estão ambas há seis jogos sem perder.