Foi apresentada, nesta quinta-feira, a 93ª edição da Volta a França em bicicleta, o vulgo Tour. A apresentação, que teve lugar em Estraburgo, ficou marcada pelos ecos da investigação em curso, por parte das autoridades espanholas, que visa a equipa Astana-Wurth (ex-Liberty Seguros), e vários ciclistas, entre eles o alemão Jan Ullrich (T-Mobile). Apesar das suspeitas, que ameaçaram levar à exclusão da Astana-Wurth da competição, a formação espanhola foi autorizada a participar na cerimónia e a realizar os habituais exames médicos.
O português Sérgio Paulinho alinha na Astana-Wurth. «Não quero fazer comentários sobre esse caso porque não estamos autorizados. Ainda não sabemos se vamos correr. É uma situação difícil. Se formos autorizados, tentarei ajudar a equipa, como sempre», explicou o ciclista à Agência Lusa. Outro português, José Azevedo, vai reforçar a influência na sua equipa pois, face ao abandono de Lance Amstrong, será o número 1 da Discovery Channel.
Lance Amstrong venceu as últimas sete edições do Tour, que contará com um pelotão de 180 ciclistas. A prova estende-se por 3.657 quilómetros divididos por 20 etapas e realiza-se entre 1 e 23 de Julho.
A investigação das autoridades espanholas, denominada Operação Puerto e cujos pormenores estão a ser divulgados pelo jornal «El Pais», marcou o primeiro dia da Volta a França em bicicleta. O envolvimento de Manolo Saiz, proprietário da Astana-Wurth, no escândalo ameaça ainda comprometer a participação da equipa no Tour, apesar de os organizados dizerem o contrário.
«A equipa sera autorizada a participar regularmente nos diferentes eventos e na cerimónia de abertura», explicaram os organizadores da prova, em comunicado. Contudo, até sexta-feira, o Tribunal Arbitral do Desporto irá pronunciar-se sobre o caso, que envolve ainda 58 ciclistas, como consta no relatório de 500 páginas referente à investigação. «Muitos dos 58 ciclistas citados são estrangeiros e alguns estão entre a elite», explicaram fontes ao jornal «El Pais».
O presidente da União Ciclista Internacional, Pat McQuaid, recomendou que todos os ciclistas das equipas que preparam a participação no Tour assinem um depoimento a garantir que não estão envolvidos no caso. «Ciclistas que recusem assinar o depoimento, serão substituídos. Se a UCI receber informações de que os depoimentos são falsos, será pedido de imediato o afastamento de qualquer ciclista envolvido», explicou o União Ciclista Internacional, em comunicado.