Tonel está de regresso a Portugal. Para já com o intuito de passar a quadra natalícia com a família, mas o central não esconde o desejo de continuar por cá a jogar, terminada a ligação ao Dínamo de Zagreb.

«Já tive algumas sondagens. Cheguei a Portugal há dois dias, e vou reunir-me com as pessoas para decidir. Não estou com pressa, mas quero decidir em breve. Tenho de analisar se fico em Portugal ou volto ao estrangeiro, mas gostava de ficar cá. Vou ponderar, não só os aspetos financeiros mas também pensar na família», disse o jogador de 32 anos ao Maisfutebol.

Questionado se o regresso só seria possível se o convite partisse de um dos «grandes» (Sp. Braga incluído), Tonel respondeu que «não obrigatoriamente». «Vou procurar escolher o melhor possível, sem ansiedade», acrescentou.

O melhor estrangeiro da história do Dinamo

Para trás ficam dois anos e meio ao serviço do Dínamo de Zagreb. Os últimos tempos não foram fáceis, mas Tonel faz um balanço positivo da experiência. O sentimento é recíproco, a avaliar pelas palavras do presidente executivo do Dínamo, que voltou a dizer que o português é «o melhor estrangeiro da história do clube».

«O Zdravko Mamic já tinha dito isso e reforçou agora, na minha despedida. Fico feliz. Elogiou o meu profissionalismo. Disse que nunca tinha visto um estrangeiro tão profissional. Este último mês não manchou a passagem pelo Dinamo», garantiu Tonel, que chegou a estar a treinar à parte, devido a um desentendimento com o técnico Ante Cacic.

«Como eu não ia renovar começaram a pensar no futuro. Fiquei no banco frente ao PSG, por exemplo. As coisas precipitaram-se e não aceitei bem. O treinador atacou-me na comunicação social, com desculpas esfarrapadas, e eu tive de defender-me. Depois confrontou as pessoas, dizendo que ou saía eu ou saía ele. Como eu estava de saída a direção colocou a treinar-me à parte, mas algum tempo depois o treinador foi despedido. Voltaram a chamar-me e eu percebi a situação. Na altura fiquei magoado. Não foi bom, mas faz parte», afirma.

Tonel deixou a Croácia com duas medalhas de campeão na mala, para além de ter ajudado o Dinamo a marcar presença na fase de grupos da Liga dos Campeões em dois anos consecutivos. «O projeto que me foi apresentado quando assinei passava por chegar duas vezes à fase de grupos da Liga dos Campeões. Queriam que a minha experiência ajudasse. Felizmente consegui ajudar o clube a alcançar esse objetivo, e o Dinamo deu-me algo que eu nunca tinha conseguido: títulos de campeão. Para eles é o pão nosso de cada dia», afirmou.

Em relação à prestação europeia (um ponto e quatro golos marcados em dois anos), Tonel assume que «podia ter sido melhor». «No ano passado era difícil, dada a qualidade do grupo. Este ano podíamos ter feito mais, mas o Dinamo, ao fim de semana, joga a um nível completamente diferente. Não há rival à altura, e isso prejudica», explicou.