Dois golos, dois objetivos alcançados, mas sem nota artística. O Benfica venceu o Leixões por 2-0 e garantiu a presença nas meias-finais da Taça da Liga (primeiro objetivo), num jogo em que Jorge Jesus aproveitou para dar minutos aos jogadores menos utilizados (segundo objetivo).

Não houve nota artística neste triunfo, conseguido de forma tão natural quanto cinzenta. Na luta pela titularidade não houve ninguém a somar muitos pontos, se tivermos em conta que a sucessão de Matic é outra questão, mas a verdade é que as «águias» seguem em frente na prova e podem encarar a última jornada, frente ao Gil Vicente, sem qualquer necessidade de arriscar a utilização de titulares, pensando noutras batalhas.

«Queridos, vou mudar o onze», terá dito Jorge Jesus no balneário. Nenhum dos titulares do clássico conservou o lugar. Foram onze caras novas, e talvez por isso os primeiros minutos tenham sido algo trapalhões. Sobretudo no quarteto defensivo, que na tentativa de sair a jogar com classe ia acumulando algumas asneiras.

Em todo o caso o Benfica rapidamente se instalou no meio-campo contrário, com o Leixões, distribuído em 4x1x4x1, a tentar juntar bem as linhas para fechar os caminhos para a baliza.

O primeiro sinal de perigo da equipa da casa foi um cabeceamento de Funes Mori para defesa de Chastre, após cruzamento de Ola John (11m), mas foi de bola parada que o Benfica conseguiu criar os principais lances de perigo da primeira parte.

Steven Vitória quase marcava com um pontapé acrobático, na sequência de um lançamento, mas o guarda-redes do Leixões voltou a revelar-se atento (25m). Três minutos depois o Benfica chegou mesmo à vantagem, com Rúben Amorim a cobrar um livre para a área e Jardel a amortecer de cabeça para Djuricic, que na marca de penálti encheu o pé esquerdo.

A equipa de Jorge Jesus ficou mais calma com a vantagem, ainda que Artur Moraes tenha dado um enorme sinal de intranquilidade aos 29 minutos, ao falhar por completo uma saída, deixando a bola passar. Valeu ao guarda-redes brasileiro que Mailó não fez melhor, e com a baliza à sua mercê atirou incrivelmente ao lado.

Um longo bocejo até aparecer Cavaleiro

E se a primeira parte não foi um grande espetáculo, a etapa complementar terá sido bem dura de suportar por parte dos poucos adeptos que se deslocaram à Luz.

É certo que o estado do relvado também não ajudou, mas o Benfica reduziu significativamente o seu caudal ofensivo, optando por uma postura mais prudente, a procurar controlar o jogo e garantir a vitória.

Jesus ainda lançou Markovic, Lima e Rodrigo, mas as «águias» estavam já em clara gestão de esforço. Para além de um remate de Rodrigo que desviu em Zé Pedro e quase traía Chastre, só Ivan Cavaleiro deu alguma animação ao jogo.

Primeiro com um remate que obrigou o guarda-redes visitante a defesa apertada, e depois, a um minuto do fim, o golo que confirmou uma vitória que na verdade nunca esteve em causa, pois o Benfica teve sempre o jogo controlado, perante um Leixões incapaz de assustar, tirando um lance já em período de descontos, com Cadinha e Mailó. Para além da tal falha de Artur, claro. Essa sim, a verdadeira ocasião.