Jogo pobre em futebol, mas rico em incidências. O Desportivo das Aves vestiu a pele de tomba gigantes e afastou o Moreirense da Taça de Portugal, mas apenas no prolongamento. Cássio foi o herói do encontro ao bater Stefanovic de cabeça, garantindo o apuramento. No tempo regulamentar, registou-se um empate a dois golos, com quatro golos de bola parada. Um de penálti e um de livre direto para cada lado.
 
Segundo jogo da história da Taça de Portugal entre os vizinhos Desportivo das Aves e Moreirense. A juntar à rivalidade existente entre os dois emblemas e ao facto de há mais de ano e meio não se defrontarem em competições oficiais, a questão de o jogo ser a eliminar trouxe ainda mais picardia ao encontro.
 
Por isso, sem surpresas o embate começou muito quezilento, com duelos musculados a meio campo e a balança a pender claramente para a equipa da casa neste aspeto. Aparecia mais vezes em zona de perigo o Aves, obrigando o Moreirense a cometer muitas faltas, adaptando-se a um estilo de jogo a que não está acostumado.
 
Sinal mais para equipa do segundo escalão na primeira metade, impondo o seu ritmo a um Moreirense amorfo em ideias, e sem capacidade para condensar o seu jogo até junto da baliza do Desportivo das Aves. 

A natureza deu o seu contributo ao intervalo, e no tempo em que as duas equipas estiveram nas cabines caiu um autêntico dilúvio. Chuva intensa que rapidamente desapareceu e deu lugar a um arco-íris que atravessou A Vila das Aves.


Desp. Aves-Moreirense, 3-2 (a.p)


Golos apenas de bola parada

Nem tal gracinha teve o condão de espevitar o encontro e assistiu-se a mais do mesmo depois do período do descanso. Com um futebol muito rendilhado, mas muito aguerrido, o Aves ia tendo mais caudal ofensivo.
 
Contrariamente, o Moreirense, que ainda não ganhou na presente temporada, jogou com pouca intensidade e deixando transparecer grande parte dos pecados cometidos até agora. O conjunto de Miguel Leal não teve capacidade para delinear uma jogada com princípio, meio e fim, nem tão pouco uma sequência de passes digna de registo.
 
A vinte minutos dos noventa, Pedró fez a Vila das Aves explodir de alegria, convertendo uma grande penalidade a castigar falta de Marcelo Oliveira sobre Renato Reis. Imprudente o central moreirense quando o jogador do Aves se encaminhava para fora da área.
 
Mas, de súbito o Moreirense reagiu e com dois lances de bola parada deu a cambalhota no marcador. Primeiro foi Rafael Martins a bater Freire da marca dos onze metros, a castigar mais uma infantilidade na área, desta feia de Emmanuel. Boateng encaminhava-se para a bandeirola de canto, quando o defesa usou o cotovelo para travar o dianteiro do Moreirense. Quando faltava apenas um minuto para os noventa, foi Iuri Medeiros a tirar as medidas certas à baliza do Aves para, de livre direto, operar a cambalhota no marcador.
 
Se o Moreirense empatou no último minuto do tempo regulamentar, o Aves não quis ficar atrás e igualmente de livre direto o capitão Nélson Pedroso levou à bomba o encontro para prolongamento. Livre de muito longe, a entrar no ângulo da baliza de Stefanovic.
 

Cássio decide no prolongamento

No prolongamento, Cássio, que foi lançado a quatro minutos dos noventa por Ulisses Morais, precisou apenas de dois minutos para recolocar o Aves na frente do marcador, com um golpe de cabeça no interior da área.
 
Duro golpe para o Moreirense, que apenas de bola parada ousou criar perigo. A equipa da Liga não teve capacidade de resposta e viu o Aves controlar as incidências do jogo no prolongamento.

O apito final de Carlos Xistra deu início aos festejos avenses e confirmou o mau arranque de época do Moreirense, que ao fim de oito jogos ainda não conseguiu vencer e foi atirado borda fora da Taça de Portugal por um adversário de escalão inferior.