O resultado engana. Esteve quase a haver surpresa no Estoril, mas a equipa canarinha deu, para já, um pontapé na crise e continua na Taça de Portugal. Valeu-lhe a experiência no prolongamento perante a Sanjoanense do Campeonato de Portugal, depois do 2-2 após os 90 minutos.
Não teria sido injusto a equipa de São João da Madeira seguir em frente na prova e continuar a sonhar, colocando-se entre as oito melhores equipas da prova rainha do futebol português. Esteve na frente do marcador por duas vezes, mas acabou por perder por 4-2.
Ainda assim, a Sanjoanense conseguiu uma boa exibição na Amoreira e até ser superior ao Estoril na maior parte do encontro. A equipa canarinha também ajudou e fez mais um jogo fraco, esta tarde com o adjunto Filipe Pedro no comando.
Contudo, o Estoril pode continuar a sonhar com o Jamor e pode ser que tenha acordado para o tanto que resta de época, depois de os últimos resultados terem levado no domingo passado à saída de Fabiano Soares.
Quanto ao jogo, vamos por partes.
Na primeira a Sanjoanense jogou melhor, foi mais pressionante e dispôs de algumas ocasiões de golo. Marcou cedo e isso ajudou. Boa jogada na esquerda, logo aos oito minutos, com André Pereira a surgir ao segundo poste sem oposição e a rematar certeiro para o 0-1.
O Estoril foi tentando responder, mas sem grande criatividade nem perigo. Nas vezes em que chegou à área, o guarda-redes João Silva resolveu sem grandes complicações. Saiu algumas vezes de entre os postes e não permitiu a finalização estorilista.
Assim, 0-1 ao intervalo a favor da Sanjoanense. E com justiça. Injusta só mesmo a saída de Kléber, aos 27 minutos, dando lugar a Bruno Gomes. Tudo por causa de uma cotovelada que o obrigou a abandonar o relvado de maca e muito queixoso.
Contudo, na segunda metade, esse lance terá sido esquecido. Ao invés das dores de Kléber. O Estoril entrou melhor do que na primeira parte e melhor do que a Sanjoanense, chegando ao golo do empate aos 57 minutos por Bruno Gomes.
1-1 no marcador quando o Estoril estava melhor, mas a equipa da casa não soube aproveitar o «embalo». Pelo contrário, até deu mais espaço à Sanjoanense e, por isso, numa das arrancadas da equipa visitante, aos 68 minutos, João Afonso travou Elísio na área.
O árbitro assinalou grande penalidade e Rúben Neves, capitão e filho do treinador Flávio, não falhou no frente a frente com Luís Ribeiro. 1-2 no marcador e muita festa da equipa da Sanjoanense com os adeptos que hoje rumaram a Sul.
Pouco depois, André Pereira esteve perto do 1-3, numa boa jogada pela direita, mas a bola saiu ligeiramente ao lado. Não matou o jogo, nem o Estoril que com a ameaça voltou a mostrar-se mais. Não foi superior, mas soube valer-se da experiência e da entrada de Bazelyuk.
Tal como tinha feito frente ao Belenenses, na jornada 12 da Liga, o russo entrou e marcou. Fez o primeiro com quatro minutos em campo, na marcação de um livre, e levou o jogo para prolongamento. Com isso fez o Estoril acreditar, ainda que a Sanjoanense não desistisse.
No prolongamento, a primeira parte foi dividida e sem grandes ocasiões. O oposto da segunda em que o Estoril fez jus ao lema: «Quem luta vence, a fórmula mágica.»
Depois de tanto sofrer, lutou e isso traduziu-se em golos e numa vitória moralizadora, que terá deixado o futuro treinador agradado. Trabalhar depois deste triunfo e de garantidos os quartos de final da Taça de Portugal será mais fácil. Agradeça-se a Bazelyuk, que marcou aos 114 minutos, e a Bruno Gomes, aos 117.