De um lado estava uma equipa da II divisão, do outro uma formação da Liga. Mas as diferenças não se ficavam por aqui. O Portomosense, que recebeu pela primeira vez uma equipa do escalão principal, entrou em campo com uma equipa jovem e constituída por muitos amadores. No Marítimo todos são profissionais. Os insulares venceram (2-0) e passaram à fase seguinte da Taça de Portugal, mas não convenceram. Valeu à formação de Bonamigo o bom aproveitamento da inexperiência do conjunto da casa. Os golos surgiram no primeiro minuto de cada uma das partes, resultando da ingenuidade da defesa da equipa de Porto de Mós.
O Marítimo entrou a vencer e isso desorientou a equipa da casa nos minutos iniciais. Previa-se que os madeirenses passassem esta eliminatória com alguma facilidade, porque a bola parecia conhecer apenas um sentido. Mas o minuto 12, com uma jogada perigosa de Maquemba marcou a reviravolta. Tudo porque deu confiança à formação de Porto de Mós. Conferiu-lhe atrevimento e o Marítimo não soube reagir à garra mostrada pelos adversários.
Ao intervalo a margem mínima dava a vantagem ao Marítimo, mas o resultado tinha gosto a injustiça. Nos últimos trinta minutos foi o Portomosense a equipa mais atacante e aquela que mais perto esteve de marcar. A defesa do Marítimo mostrou debilidades e aos avançados do conjunto caseiro faltou uma pontinha de sorte e pontaria. Os madeirenses ainda tentaram chegar à baliza de Sérgio, mas sem organização e objectividade. Os pupilos de Bonamigo esbarraram sempre contra a muralha formada pelo Portomosense.
Os segundos 45 minutos começaram como os primeiros. Logo a abrir a segunda parte, mais um golo do Marítimo. Wenio fez o passe para Zé Carlos entrar rapidamente pela direita. O avançado rematou cruzado para fazer o seu primeiro golo ao serviço dos insulares, enquanto a defesa contrária ficou a reclamar um fora-de-jogo.
A equipa de Porto de Mós acusou a pressão de ter de recuperar de uma desvantagem de dois golos e isso permitiu o crescimento do Marítimo. O conjunto da Madeira nem precisou de fazer muito para se impor, até porque o Portomosense não conseguiu manter a pressão e a velocidade apresentadas na primeira parte. Deu luta, mas não conseguiu marcar. Os madeirenses, sem fazer uma boa exibição, conseguiram chegar à vitória.
Pela luta e garra, fica a ideia de que Miranda, o homem que trabalha num talho, QuimQuim, o carteiro, e os restantes companheiros mereciam melhor sorte perante uma equipa do escalão principal que podia/devia ter apresentado melhor futebol. Tem argumentos para isso.
V ELIMINATÓRIA DA TAÇA DE PORTUGAL
ESTÁDIO MUNICIPAL DE PORTO DE MÓS
ÁRBITRO: Jorge Sousa
Árbitros assistentes: José Luís Melo e Eduardo David
4º árbitro: João Andrade
PORTOMOSENSE: Sérgio, Fred, Nélson, Vítor Hugo, Morgado, Bruno Filipe, Oziel, Cunha, Emanuel, Mirandinha e Maquemba.
Suplentes: Galrinho, Hugo, Milá, Jackson, Pauleta, Quim Quim e Gonçalo.
Substituições: Miranda por Quim Quim, aos 62m; Maquemba por Milá, aos 62m; Emanuel por Hugo, aos 70m.
Disciplina: Cartão amarelo a Emanuel, 43m; a Cunha, aos 52m
TREINADOR: Nuno Presume
MARÍTIMO: Marcos, Briguel, Fahel, Nuno Morais, Evaldo, Mancuso, Wenio, Filipe Oliveira, Marcinho, Kanu e Rincon.
Suplentes: Nélson, Ferreira, Olberdam, Fernando, Balu, Caíco e Zé Carlos.
Substituições: Filipe Oliveira por Caíco, 46m; Rincon por Zé Carlos, 46m; Briguel por Ferreira, aos 67m.
Disciplina: cartão amarelo a Fahel, 22m; a Kanu, 54m
TREINADOR: Paulo Bonamigo
Intervalo: 0-1
RESULTADO FINAL: 0-2 (0-1, Kanu, 1m; 0-2, Zé Carlos, 47m)