Nené, secretário-técnico do Leixões, também acumula funções de observador. Depois de terminar a carreira como jogador por causa das lesões, continua ligado ao futebol e ajuda o clube de Matosinhos a desvendar os mistérios dos adversários. Coube-lhe fazer relatórios sobre o Benfica, adversário na quarta eliminatória da Taça de Portugal, sendo que os apontamentos foram tirados pela televisão. Não foi feita nenhuma observação no terreno. «Não fomos ao estádio, porque o Benfica jogava na Luz e depois em Villarreal, dois jogos que não dava para ir ver ao vivo», explica ao Maisfutebol.
Desmontada a teia, cabe ao treinador Rogério Gonçalves aproveitar as dicas. «Fizemos relatórios sobre a forma de jogar do Benfica e as características dos jogadores. Há também situações de jogo que são aprofundadas, situações que achamos serem importantes», diz Nené, que trabalha no gabinete de observação com Rui Gomes e João Costa. «O Benfica é uma equipa forte e os jogadores que foram contratados deram muita qualidade à equipa».
De uma forma mais aberta, o ex-lateral esquerdo do Leixões, desmonta a forma de jogar dos encarnados: «A zona central é muito forte, talvez seja o ponto forte da equipa». E explica porquê: «O Luisão e o Anderson dão muita consistência na defesa, à frente o Petit e o Manuel Fernandes dão consistência no meio-campo. São jogadores que fazem o equilíbrio defensivo e também fazem a transição entre a defesa e o ataque. São tecnicamente bons, disponíveis para o jogo, características importantes naquela zona do terreno».
Depois, o ataque também causa estragos. «São jogadores fortes no um para um e o Nuno Gomes está motivado com os golos». Apesar das insistências, Nené não revelou os pontos fracos do Benfica. «Todas as equipas têm pontos menos bons e o nosso adversário não foge à regra. Vamos tentar aproveitá-los. Não revelo os pontos fracos, porque o que para mim pode ser uma fraqueza para outra pessoa pode ser uma virtude. É subjectivo e depende dos pontos de vista».