Tantas vezes Paulo Bento se queixou das más primeiras partes do Sporting que a equipa decidiu funcionar ao contrário. Desta vez os «leões» estiveram melhor na etapa inicial do que na complementar, e assim se explica a passagem aos quartos-de-final da Taça de Portugal, depois da vitória frente ao Marítimo (2-1).
A equipa verde e branca marcou cedo e depois ainda consentiu o empate, mas o minuto 43 veio dar um toque de justiça. Na segunda parte houve controlo mas não domínio (como o técnico leonino costuma dizer), mas se o adversário não tivesse algo fragilizado no ataque os riscos teriam sido maiores.
Paulo Bento aproveitou esta partida da Taça de Portugal para apresentar algumas novidades no onze. Grimi fez a estreia absoluta com a camisola do Sporting, Rodrigo Tiuí foi titular pela primeira vez, Celsinho pela segunda e Adrien uma terceira vez.
Com estas alterações a equipa leonina apareceu em campo com um losango mais alongado. O posicionamento de Celsinho e Vukcevic, bem colados às alas, fazia lembrar um 4x4x2 mais tradicional, mas Adrien Silva jogou mais perto dos centrais e Moutinho como «10», formando assim o tradicional losango, ainda que mais largo do que é habitual.
Arranque dinâmico para agradar ao mister
Se no Restelo a equipa leonina tinha desiludido na primeira parte, algo de que Paulo Bento se tem queixado ao longo da época, esta noite o técnico leonino não teve razões de queixa. Logo aos cinco minutos a sua equipa chegou à vantagem, com Tonel a corresponder da melhor maneira a um canto de Simon Vukcevic.
Dez minutos depois Liedson quase fazia o segundo, em lance muito idêntico. O Marítimo tentou depois reagir mas parecia acusar muito a falta de soluções ofensivas, por força da saída de Makukula e das ausências, por lesão, de Fogaça e Kanu. O Sporting entretanto perdeu Adrien por lesão (entrou Miguel Veloso aos 32 minutos), mas Rui Patrício era um verdadeiro espectador, até que chegou o minuto 38. Na primeira vez que chegou à baliza contrário com perigo o Marítimo marcou. Mossoró fugiu pela esquerda e cruzou para a área, o estreante André Pinto cabeceou e a bola, depois de bater num defesa, foi ao poste, mas na recarga Van der Linden não desperdiçou.
Gerou-se então uma onda de intranquilidade na formação leonina e aos 43 minutos o Marítimo teve tudo para chegar à vantagem. O aniversariante Polga perdeu a bola para Marcinho em zona proibida, dando origem a um contra-ataque de três avançados contra dois defesas. Marcinho fez tudo bem e tocou para o lado para André Pinto, mas o avançado deslumbrou-se e ao tentar tirar Rui Patrício do caminho deixou a bola sair pela linha de fundo. Um erro que iria custar caro. É que na jogada seguinte o Sporting ganhou nova vantagem, com um cruzamento de Grimi ao qual Liedson correspondeu com uma cabeçada certeira.
Na verdade, este minuto 43 acabou por ter algum rasto de justiça, já que o Marítimo não estava a merecer uma vantagem pela qual o Sporting tinha feito bem mais.
Alguma parra mas nenhuma uva
Ao intervalo Sebastião Lazaroni lançou Djalma no lugar de Fábio Felício, sendo que no final da primeira parte já Briguel tinha substituído o lesionado Ricardo Esteves. O Marítimo surgiu mais pressionante no início da etapa complementar mas continuava a faltar alguma acutilância no último terço do campo. Paulo Bento percebeu que era preciso reforçar o meio-campo e trocou Celsinho por Pereirinha (60m).
Lazaroni precisava de golos e trocou André Pinto por Anderson (70m), mas nada se alterou. O Marítimo continuava sem poder de fogo na zona de finalização. A dinâmica de Márcio Mossoró merecia muito mais, mas pese embora os visitantes tenham enervado o Sporting, não conseguiram arranjar argumentos suficientes para chegar ao empate. A melhor oportunidade da segunda parte até acabou por pertencer aos «leões», com Marcos a negar o golo a Moutinho em cima do apito final.