Fala-se de 10 mil bilhetes falsos para a Taça de Portugal. A confirmar-se este número será quase tanto como Vitória de Setúbal e F.C. Porto puderam vender aos seus adeptos [cerca de 11 mil]. A verdade é que ninguém pode esconder que estava certamente mais gente nas bancadas do que os bilhetes que foram vendidos. O mercado negro foi um autêntico terceiro clube a vender ingressos.
«Houve um controlo muito apertado das forças policiais e a comunicação social foi também importante na persuasão de eventuais falsificadores ou pessoas que tenham adquirido bilhetes falsos sem saber», afirmou ao Maisfutebol Albino Maria, do Complexo Desportivo do Jamor. «Pelo que sei havia cerca de 10 mil bilhetes falsos, mas não há nenhum estádio em Portugal que permita um controlo rigoroso de todos os bilhetes», contestou.
Essa pode ser a explicação para, pelo menos um sector, ter mais gente do que lugares. «A máquina faz a leitura do código de barras. Se existirem 10 bilhetes iguais, com o código de barras igual, o primeiro passa nos torniquetes, mas o segundo que lá for já não permite», explicou. Mas, sendo assim, quem apareceu com o bilhete original mais tarde pode ter ficado fora de jogo. «Isto é um problema, mas agora como vai resolver-se? Na Alemanha, no Mundial, vão ter um sistema diferente que detecta logo se o bilhete é falso ou verdadeiro. Agora com este sistema de torniquetes é mais complicado, mas em todos os estádios é assim. Depende do bilhete ou da forma como é controlado.»
50 bilhetes falsos nos primeiros adeptos que tentaram entrar
Às 14 horas, altura em que abriram os portões do Jamor, apareceram os primeiros bilhetes «diferentes». «Foram apreendidos de imediato 50 bilhetes falsos», apontou Amândio Carvalho, vice-presidente da Federação. «Havia um primeiro controlo com seguranças e depois uma segunda triagem nos torniquetes», explicou. «Eu cheguei a ter dois desses bilhetes na mão. Um era uma imitação grosseira, o outro até tinha a faixa azul que caracterizava os bilhetes vendidos pelo F.C. Porto», contou.
O verde e o azul era o que distinguia os bilhetes vendidos pelo F.C. Porto e pelo V. Setúbal. Mesmo com duas barreiras de controlo, e com torniquetes, foi visível a quantidade de gente sentada e de pé no sector destinado a adeptos do F.C. Porto. Havia gente nas escadas de acesso às bancadas, havia gente de pé por cima das bancadas como de um peão se tratasse, e as cadeiras estavam repletas. Alguém entrou com bilhetes diferentes, mas que acabaram por ser iguais aos verdadeiros.