De um lado esteve uma equipa do primeiro escalão, do outro um conjunto da III divisão, mas em campo isso pouco se reflectiu. O Boavista cumpriu o favoritismo e venceu o Macedo de Cavaleiros, por 3-1, passando à V eliminatória da Taça de Portugal, mas a formação transmontana merecia mais. Os boavisteiros acabaram por ter alguma sorte e aproveitaram bem a inexperiência do adversário.
Os axadrezados até marcaram cedo, logo aos sete minutos, através de Kazmierczak, que respondeu da melhor forma a um cruzamento de Lucas. O golo até poderia ser um indício de que o favoritismo ia impor-se e que a equipa visitante iria passar por dificuldades. Puro engano. O Macedo de Cavaleiros mostrou atrevimento e partiu para cima do Boavista, que pareceu surpreendido com a ousadia adversária.
Durante uma parte do tempo o Macedo acabou por controlar a posse de bola e Jaime Pacheco mostrou-se insatisfeito com a passividade demonstrada pela sua equipa. O meio-campo axadrezado falhou muitos passes e concedeu demasiados espaços, a uma formação que mostrou não estar no Bessa para ver jogar. Depois, os transmontanos ainda passaram por uns dez minutos de sufoco, mas o espírito de grupo e a entreajuda entre os defesas barraram as iniciativas boavisteiras.
Jaime Pacheco operou uma alteração ao intervalo. Saiu Paulo Sousa e entrou Ricardo Sousa, que recuperou de uma cirurgia. No entanto, a mudança não serviu para que o Boavista melhorasse. O Macedo continuou a acreditar que podia surpreender... e conseguiu fazê-lo. O golo da igualdade chegou aos 52 minutos, através de Fernandes, que até jogou nas camadas jovens dos axadrezados. O tento chegou como um prémio ao trabalho e atrevimento do Macedo de Cavaleiros e levou os seus apoiantes ao delírio.
O Boavista tentou reagir e chegar ao segundo golo. O problema é que o adversário também queria o mesmo. Os axadrezados aceleraram em algumas fases do jogo, mas não criaram grande perigo. O Macedo aproximou-se da baliza de William através de contra-ataques rápidos. No entanto, os golos de Ricardo Sousa e de Linz, fruto de alguma ingenuidade do guarda-redes Nuno Duarte, ditaram o afastamento do Macedo.
IV ELIMINATÓRIA DA TAÇA
Estádio do Bessa
Árbitro: Paulo Baptista
Assistentes: Luís Tavares e Vítor Silva
BOAVISTA:William, Lucas, Hélder Rosário, Cissé, Fernando Dinis (Fary, 73m); Kazmierczak, Paulo Sousa (Ricardo Sousa, aos 46); Zé Manuel, Essame, Hugo Monteiro (Nuno Pinto, 89m) e Linz.
Suplentes não utilizados: Khadim, Tambussi, Marcos António e Tiago.
Treinador: Jaime Pacheco
Disciplina: amarelo a Cissé, aos 50
MACEDO DE CAVALEIROS:Nuno Duarte, Bernardino, Nuno Pardal, Portal, Eurico; Néné, Paulo Arrábidas (Adegas, 70m), Nélson Moreira (Hugo Ribeiro, aos 85m); Valadares, Fernandes e Karaté (Branquinho, aos 62m).
Suplentes não utilizados: Marco, Simanka, João Ferreira e Hélio.
Treinador: Rui Vilarinho
Disciplina: amarelo a Pardal, 19m; Nélson, 42m
Ao intervalo: 1-0 (Kazmierczak, aos 7m)
Final: 3-1 (1-0, Kazmierczak, aos 7m; 1-1, Fernandes, aos 52m; 2-1, Ricardo Sousa, aos 82m; 3-1, Linz, aos 90m)