O V. Guimarães é, naturalmente, uma equipa mais forte do que o Arouca e, recolhendo favoritismo, não esqueceu a sua prioridade: ganhar. A formação de Manuel Machado soube responder de forma simples e pragmática às dificuldades que a equipa da II Divisão causou no D. Afonso Henriques, provavelmente um dos emblemas mais problemáticos de defrontar no escalão inferior. Pela qualidade e capacidade de apresentar bom futebol até às portas do perigo, ainda que o encontro na 1.ª parte tenha sido disputado ao ritmo de um jogo-treino.

Mas depois da derrota em Braga, o V. Guimarães não queria atrasar-se mais no Grupo C e ficar irremediavelmente para trás na Taça da Liga. Necessidades ampliadas pelas circunstâncias: somar pontos para reforçar o ego vitoriano e alimentar ainda a ténue esperança de seguir em frente na prova. Caso contrário, ficaria arrumado, sendo certo que o campeonato e a Taça de Portugal atraem maior primazia.

Manuel Machado diz que vitória é justa e dá bicada ao Sp. Braga

Maranhão colocou as coisas em perspectiva, com uma exibição mais completa, face ao desenrolar do futebol servido no relvado e às muitas alterações produzidas em meia equipa. Mais difícil de segurar, a vontade do camisola 77 sobressaiu para fazer render a sua velocidade, o seu arsenal inventivo e fortalecer o espírito dominador dos vitorianos. Acresce que a entrada de João Alves promoveu um futebol mais fluído pelos flancos, apesar de um ataque de promessas vazias manter a chama em lume brando durante quase toda a partida.

A versão completa e o resumo do adversário são muito simples, até porque preciso saber lidar com este Arouca: a formação da II Divisão incomodava por Bruninho, protagonizando uma actuação de alguma qualidade. Os pontapés de Hugo Monteiro e Pardieiro também avançavam a equipa para um estado de fuga e traziam um novo tipo de audácia, rodeando de novo o perigo e deixando aberta a possibilidade de criar alguma surpresa.

Maranhão: «Foi um golo importante num jogo complicado»

Valia a pena os brancos preocuparem-se, ainda e principalmente, com o avançado Jeremie, a entregar ambição às jogadas e a quem faltou mais gente colaborante para causar maiores danos na baliza de Douglas de Jesus, um guarda-redes em tarde de estreia que deixou boas indicações

Só que o desvio certeiro de Maranhão recolocou a ordem natural das coisas e confirmou a supremacia do V. Guimarães no final da 2.ª parte, apesar da equipa falhar vários remates durante muito tempo. Demasiado tempo. Mas avançado brasileiro soube abater, definitivamente, o adversário, ainda que tenha sido preciso Douglas de Jesus segurar a vantagem no derradeiro minuto, após remate de Elvis Babanco com selo de golo.

FICHA DO JOGO:

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Paulo Batista (A.F. Portalegre)

Assistentes: Luís Ramos e José Braga

Quarto árbitro: Diogo Santos

Espectadores: 6120

V. GUIMARÃES: Douglas de Jesus, Lionn, N¿Diaye, João Paulo, Jorge Ribeiro (João Alves, 46m), Anderson, Flávio Meireles, Rui Miguel, Maranhão, Targino (Faouzi, 61m) e Douglas (William, 56m).

Treinador: Manuel Machado

AROUCA: Marco, Pardieiro, Fernando, Filipe, Paulinho (William, 57m), Néné (Hugo Cruz, 46m), André Soares (Elvis Babanco, 66m), Pedro Santos, Bruninho, Hugo Monteiro e Jeremie

Treinador: Henrique Nunes

RESULTADO AO INTERVALO: 0-0

GOLOS: 1-0, Maranhão (85m)

DISCIPLINA: Cartão amarelo - André Soares (39m), Pedro Santos (40m), Flávio Meireles (41m), João Paulo (52m), Rui Miguel (78m), Jeremie (87m).