A baixa média de golos por jogo da edição 2003/2004 da Superliga não é uma questão de qualidade das defesas ou de falta de qualidades dos avançados. Esta é a opinião de Franco, defesa-central do Rio Ave, uma das equipas com as balizas mais seguras da Superliga. Os vila-condenses têm a terceira melhor defesa do campeonato e, graças a isso, contribuem para que o número de tentos por partida seja tão escasso. «Existem avançados de muita qualidade a jogar em Portugal e a culpa de não existirem tantos golos também não é dos defesas», considerou.
«Hoje em dia joga-se de maneira diferente. As equipas são mais compactas do que eram há alguns anos e por isso não há tanta facilidade em marcar golos», explicou, lembrando também que «hoje em dia os defesas não se limitam a defender e também marcam golos e os avançados ajudam a defender». Franco é disso um bom exemplo, porque esta época já marcou por duas vezes.
No entanto, o jogador do Rio Ave tem uma justificação interessante para a «crise de golos»: «As situações, no que se refere à descida de divisão ou às competições europeias ainda não estão definidas e por isso há muitas equipas que se preocupam apenas em amealhar pontos. A sua principal preocupação é defender bem e segurar um ponto que pode ser importante».
E qual o segredo para a solidez da defesa vila-condense? Franco diz que não é só uma questão de experiência ou de bom entendimento entre a dupla de centrais (quase sempre tem jogado ao lado de Idalécio). «Passa por aí, mas não só. Acima de tudo somos uma equipa humilde e muito compacta em todos os sectores. A entreajuda também é essencial, porque os defesas preocupam-se em avançar e os avançados ajudam a defender». Por isso, não é de admirar que o Rio Ave tenha uma média de golos sofridos tão baixa (0,89). O jogador realça também que os vila-condenses conseguem aliar a solidez defensiva e a eficácia ofensiva a um bom espectáculo de futebol».
Olhando para a média de golos das últimas dez épocas, o nome de Jardel acaba por ser uma referência incontornável. Pelos golos que marcou, mas sobretudo pelo «faro» que tinha para as balizas adversária. Franco não poupa elogios ao brasileiro que foi, durante quatro anos consecutivos, o melhor marcador do campeonato nacional: «É de facto um caso à parte. Pela sua movimentação e pela forma como conseguia ter liberdade e escapar-se às marcações dos centrais».