A figura

Cristiano, Cristiano, Cristiano e Cristiano. Quatro golos, play-off resolvido e Portugal está no Mundial. Next. E Cristiano Ronaldo já é, a par de Pauleta, o melhor marcador de sempre da seleção. Next. Quais são os limites dele? Não era possível esperar mais do 7 neste jogo a dois tempos que foi o Portugal-Suécia. Fez o golo na Luz e esta noite arrumou o play-off com um hat-trick. O capitão da seleção está numa forma brutal e trouxe essa energia para a decisão do play-off. Esta noite foi gigante. Não foram só os golos. Ele inventou caminhos, foi solidário quando era preciso e, depois, foi a força da natureza que é. Ainda bem para a seleção, mas também para o Campeonato do Mundo. Ficava mesmo a perder sem ele.

Momento

78 minutos. Cristiano Ronaldo tinha colocado Portugal na frente, mas dois golos de Ibra em cinco minutos alimentaram a dúvida. E então, William, recém-entrado, interceptou uma bola lá atrás, passou-a, Hugo Almeida apanhou-a e fez um belo passe, para Cristiano fazer um grande golo. O banco de Portugal entrou em peso em campo e uniu-se num abraço a Hugo Almeida. Naquela altura todos perceberam que sim, estava arrumado.

Outros destaques

Moutinho

É tudo mais simples visto por ele. Dos pés de João Moutinho a bola sai sempre bem. Descomplica jogo, inventa linhas de passe, deixa a bola limpa. Foi tudo isso esta noite outra vez. Tem duas assistências, mas a primeira é Moutinho resumido: levanta a cabeça, vê Cristiano lá na frente e manda bola ter com ele. Direita, perfeita, a inventar uma linha imaginária e a chegar inteirinha aos pés de CR.

João Pereira

Já tinha sido uma das referências positivas do jogo da Luz. Voltou a fazer um bom jogo, muito focado e objetivo. Tanto mais que tem trabalho extra na ala direita, a compensar a apatia de Nani, cuja má forma se torna cada vez mais indisfarçável. Não foi só ele, a solidez defensiva de Portugal foi uma das chaves deste play-off.

Ibrahimovic

Sim, ele também apareceu. Ainda bem para o jogo, tornou-o mais épico. Andou longe da bola na Luz, aqui também não estava a correr bem para Zlatan, muito bem controlado por Bruno Alves e Miguel Veloso, no apoio. Mas em dois lances fez nascer a dúvida na cabeça de toda a gente. Duas bolas paradas, a primeira de canto, a segunda de livre. Quando ganhou de cabeça a Bruno Alves, no 1-2, não resistiu a uma provocação. Porque ele é assim. Mas o gesto é também um elogio à forma como os portugueses frustraram o astro sueco. Tanto se falou de Ibra e Cristiano e, no mesmo dia, outra coincidência. CR apanhou Pauleta, com 47 golos na seleção, e Zlatan passou a 48 e ficou a um golo do melhor marcador de sempre da Suécia, Sven Rydell.

Martin Olsson

É Ibrahimovic e pouco, mesmo pouco mais, esta Suécia. Mas Martin Olsson é uma das exceções. O lateral-esquerdo sueco tem responsabilidades na forma como Nani desapareceu, não é só demérito no português, e tem qualidade com a bola. Teve uma das primeiras oportunidades do jogo.