Um golo que parece nascer de uma boa dose de falta de fair-paly e um outro que surgiu de um grande frango do guarda-redes adversário deram a Portugal uma vitória suada.
Tão suada, aliás, que na altura em que surgiu já parecia muito pouco possível. Portugal chegou ao triunfo de uma forma pouco estética e que não disfarçou uma má exibição.
A história do primeiro golo conta-se em duas frases. Os jogadores adversários deitaram a bola fora para um português ser assistido e a bola não lhes foi devolvida depois disso.
Na sequência da jogada houve uma falta sobre a esquerda do ataque, que deu origem a um livre. Antunes ameaçou que ia rematar e deu para o remate fulminante de Pelé.
Faltavam nessa altura quinze minutos para o fim e Portugal tentava de todas as formas chegar ao empate. Acabou por consegui-lo, mas não ficou bem na fotografia.
A sorte não deixou de estar com os jogadores nacionais, que cinco minutos depois chegaram ao empate. O segundo golo conta-se até em menos espaço, uma frase apenas.
Celestino recuperou a bola, deu para Targino e o vimaranense rematou do meio da rua um remate forte, mas pouco colocado, que bateu à frente do guarda-redes adversário e lhe passou por cima do corpo. Um grande frango que garantiu a vitória nacional.
Ameaças de derrota antes da bonança
Antes disso já Portugal tinha ameaçado nova derrota, depois de estar em desvantagem durante 40 minutos. Pior do que isso, não conseguia produzir futebol que permitisse imaginar chegar ao golo.
A selecção até entrou bem, mas foi caindo de produção com o tempo. Sobretudo na segunda parte, a desinspiração pareceu completa. A única ocasião de perigo criada antes dos golos nasceu de uma bola na trave na sequência de um livre de Antunes.
Para além disso, mais nada. Na primeira parte já tinha enviado outra bola ao ferro, na circunstância ao poste, num desvio de João Moreira que teve alguma arte e nenhuma sorte. O avançado nacional acabou mesmo por ser dos melhores em campo, mas não teve sorte nenhuma.
Tanto assim que o golo de Montenegro, o tal golo que ameaçou derrotar Portugal, foi marcado por ele na própria baliza. Na sequência de um canto, Novakovic não consegue desviar a bola de cabeça, mas engana João Moreira, que deixa a bola bater-lhe na perna e trair Ricardo Baptista.
No final, a vitória acabou por ser muito sofrida, mas providencial. Num encontro em que vários atletas nem se fizeram notar (Vieirinha, Paulo Machado e Yannick Djaló, por exemplo), Portugal conseguiu no limite da fortuna evitar uma derrota que deixaria o apuramento para o Euro sub-21, de 2009, muito comprometido.
FICHA DE JOGO
Estádio Pod Goricom, em Podgorica
Árbitro: Joseph Attard (Malta)
Auxiliares: Charles Micallef e Joseph Camilleri
MONTENEGRO: Radanovic; Radovic, Bosovic, Novakovic (Anderovic, 72m) e Igumanovic; Markovic, Boskovic e Zverotic; Cetkovic (Vujanovic, 85m), Jovetic e Vidovic.
Suplentes: Janjusevic, Fatic, Brnovic, Jovanovic e Petar Vukcevic.
PORTUGAL: Ricardo Baptista; Vasco Fernandes, Nuno André Coelho, Gonçalo Brandão (Cícero, 73m) e Antunes; Pelé, Celestino e Paulo Machado (Hélder Barbosa, 63m); Vieirinha, João Moreira e Djaló (Targino, 52m).
Suplentes: Mário Felgueiras, João Pedro, Feliciano Condesso e Nuno Coelho.
Ao intervalo: 1-0.
Golos: João Moreira, na própria baliza (34m), Pelé (75m) e Targino (80m).
Disciplina: cartão amarelo a Radovic (40m).
Resultado final: 1-2.