2006, Verão escaldante. Steven Defour surge envolto numa polémica transferência do Genk para o Standard Liège. Acusações de um lado, reacções do outro, um argumento demasiado complexo para ser dirimido com lucidez por um jovem de apenas 18 anos. O atleta entra, até, em rota de colisão com o pai e representante. Não voltaram a dar-se.

«O importante é que ele agora está bem. Mas é verdade, sim. Esse período foi terrível para ele», confirma o sogro Costa Mbisdikis, ao Maisfutebol. Um jornal de Genk incendeia os ânimos, leva uma fotografia de Steven à primeira página e ilustra-se com a acusação mais forte: Judas!

Dragão «pop star» com asas

Areias conhece-o pouco depois, já no Standard. «Ele fez uma grande época, mesmo depois desses problemas. Há uma grande rivalidade entre os dois clubes e a transferência dele não foi bem aceite. Em todos os países acontecem situações dessas.»

No Genk jogava Logan Bailly, um dos melhores amigos de Steven Defour no futebol. «Entendo a decisão dele. Queria ir para um clube maior, não o deixavam e as posições extremaram-se. Ele até podia ter saído antes, para o Ajax, mas houve uma complicação. É um tremendo jogador e um rapaz excelente.»

Paciência belga no carrossel mágico

O reencontro não deixa gratas recordações ao actual jogador do F.C. Porto. Steven Defour faz questão de apontar uma grande penalidade, mas a bola bate no poste direito da baliza do Genk. A imagem corre mundo, principalmente pela reacção do guarda-redes Sinan Bolat. O vídeo colocado no final da peça retrata esse instante.

O tempo tudo cura, atenua a insatisfação nos dois lados da barricada e Defour crava o nome no mapa dos principais futebolistas do país. A partir de 2006 até hoje, soma 30 internacionalizações na selecção A e um golo. De Judas no Genk passa a salvador no Standard.

Penalty falhado no reencontro com o Genk: