Quebrou-se a série de vitórias na Roménia, mas na liga o Sporting continua a vencer, com o sétimo triunfo consecutivo, frente ao Leiria (3-1). Uma vitória que permitiu aos leões tirarem máximo rendimento dos empates do F.C. Porto e do Benfica e, desta forma, reduzir a diferença para o topo para apenas um ponto antes da visita à Luz. Um triunfo arrancado a ferros, com dois golos de Matías e uma defesa remendada que sofreu a bom sofrer para manter a vantagem até final.

Domingos Paciência viu-se, mais uma vez, obrigado a fazer alterações na equipa devido a problemas físicos. Mais uma vez na defesa. Insua, Polga e Onyewu já estavam de fora e Rodríguez acabou também por não ser opção. O treinador teve, assim, de socorrer-se do júnior Tiago Ilori para formar dupla com Carriço no eixo da defesa. Uma defesa novamente fragilizada que contou com o apoio de toda a equipa que, desde cedo, revelou preocupação em manter a bola longe da sua área.

Não havia Rinaudo, mas Domingos resolveu o problema invertendo o triângulo do meio-campo, juntando Elias a Schaars, com Matías na ponta do vértice, nas costas de Wolfswinkel. Pereirinha manteve a titularidade, mas subiu no corredor, com Capel do lado contrário. O Sporting entrou bem no jogo, com uma boa circulação de bola a dar velocidade ao jogo e a surpreender um Leiria que ainda procurava o seu espaço. A pressão dos leões foi intensa e Van Wolfswinkel incendiou as bancadas logo aos cinco minutos, com um golo irregular, com Elias em fora-de-jogo, mas a avalanche prosseguiu e Matías, um diabo à solta na área, inaugurou mesmo o marcador, depois de um belo lance individual, em que sentou Tiago Terroso no relvado, antes de colocar a bola por entre as pernas de Gottardi.

As bancadas já tinham festejado, de forma intensa o empate tardio do Benfica em Braga e o golo de Matías era ouro sobre azul. Mas o Leiria estava a crescer. Ilori já tinha visto um cartão amarelo, num lance que teve de fazer de João Pereira, e falhou uma intercepção que permitiu que Djaniny ficasse destacado diante de Patrício para o golo do empate. Um lance que mexeu com o jogo. Bateu fundo nos leões que, num ápice, perderam toda a iniciativa. Galvanizou o Leiria que passou a defender bem mais à frente. A equipa de Manuel Cajuda foi conquistando espaços no terreno e podia mesmo ter ganho vantagem: primeiro num remate de Jô, depois noutro de Maykon.

Matías e sofrimento outra vez

A última palavra, antes do intervalo, voltou a ser de Matías, com um remate à figura, mas as promessas de um jogo tranquilo já se tinham desvanecido. Domingos não esperou muito e lançou Carrillo para o lugar de Pererinha logo a abrir a segunda parte. A entrada do peruano permitiu aos leões recuperarem a profundidade nos corredores e a iniciativa do jogo. Numa jogada de insistência, Elias surgiu solto sobre a esquerda, cruzou e Matías encostou para o seu segundo golo. A equipa de Manuel Cajuda voltou a recuar e o treinador procurou novo equilíbrio com a entrada de Elvis que veio dar nova vida ao flanco direito, com Evaldo e Capel a perderem visivelmente gás nessa ala. Domingos, agora em vantagem, também procurava uma maior estabilidade, prescindindo do espanhol para a entrada de André Santos.

O Sporting ganhava consistência na zona central, mas perdia nas alas. Elvis e Jô colocaram isso em evidência com cruzamentos bem medidos que, por muito pouco, não resultaram em novo empate. Era apenas uma amostra dos muitos calafrios que os leões viriam a sofrer até final.

É que o Leiria voltava a empolgar-se e ao lado da vitória leonina, que tinha voltado a parecer segura, começava a desenhar-se novamente um ponto de interrogação. Domingos juntou mais um «cadeado», com a estreia de Arias e seria o jovem colombiano a estar na origem do lance que permitiu a Van Wolfswinkel matar o jogo da marca de penalty depois de um corte com a mão de Ivo Pinto.