Com uma equipa mais experiente, o Sp. Braga dominou a garra e intensidade própria da juventude leonina e conquistou a 13ª edição do Troféu do Guadiana. Edinho marcou o único golo.

Eficácia vs movimentação de Montero

Quando aos 7 minutos Wilson Eduardo combinou com Gerson Magrão percebeu-se que o Sporting não iria estar preso a um sistema. Eduardo, com a mão, não deixou o brasileiro festejar o primeiro golo com a nova camisola. Wilson Eduardo, com tendência a juntar-se a Montero na zona central, abria o corredor esquerdo a Magrão. Na prática, o 4x3x3 inicial alternou muitas vezes com o 4x4x2. E resultava, pelo menos na construção de oportunidades. Como aos 29 minutos, agora com Adrien a solicitar Magrão. O remate foi deficitário.

Magrão, que já disse preferir pisar terrenos na esquerda, dá a possibilidade dessa flexibilidade tática durante o jogo. Com André Martins e Adrien isso não será tão exequível. Adrien assume o papel de construtor (que, com Martins, passa a 8), tarefa para a qual parece mais talhado.

Montero, o elemento mais fixo na área, poderia ter ido para o descanso como MVP, se o instinto matador fosse tão eficaz como a movimentação. Só assim se explicam os falhanços aos 19 minutos - após um mau atraso de Nuno André Coelho para Eduardo, que não chegou a tempo de anular o lance, e viu Cédric cruzar para o interior da área, onde não acertou na bola, quando tinha tudo para finalizar com êxito -, e aos 38 minutos, quando assistido por Carrillo, rematou contra Eduardo, num lance em que os sportinguistas pediram grande penalidade. O árbitro mandou seguir. O mesmo pecado aos 72 minutos, quando falhou após dominar bem no peito.

Pelo que já foi escrito, não é difícil perceber que só deu Sporting, até ao intervalo. Por mérito e pela atitude expectante do Braga (o empate chegava-lhe para vencer o troféu), com um jogo mais pensado e menos apressado que o dos leões, e assente no 4x3x3, que Jesualdo Ferreira tanto gosta. Aos 10 minutos, após boa combinação entre Alan, Pardo e Salvador Agra, que rematou na área, com a bola a passar próxima da base do poste esquerdo da baliza de Rui Patrício, teve a única oportunidade até ao intervalo. Tal como no jogo com o West Ham, o Sporting voltou a dar muito espaço na área, deixando Salvador Agra sem marcação.

Defesa outra vez no «Rojo»

A intensidade leonina não foi tão forte na segunda-metade e sofreu rude golpe aos 52 minutos, quando Edinho ganhou de cabeça a Marcos Rojo (outra vez ligado de forma negativa aos golos sofridos no Algarve), fazendo a bola bater na barra e cair para dentro da baliza de Rui Patrício. Ruben Micael fez a assistência e podia ter abatido definitivamente os leões dois minutos depois, com um remate muito perigoso, que passou a rasar o poste esquerdo da baliza de Rui Patrício.

Com uma equipa mais experiente e matreira, o Braga aguentou a pressão final leonina, mostrando argumentos para discutir os lugares cimeiros do campeonato. Apesar de não ter sido sujeita a muito trabalho, a defesa leonina ainda causa dores de cabeça a Leonardo Jardim, como se viu nos golos sofridos no Algarve. Mas tem matéria-prima suficiente para reverter a última campanha.

Ficha de jogo:

Estádio Municipal de Portimão

Árbitro: Ivo Santos (Algarve)

Auxiliares: Filipe Pereira e Bruno Brás

4º árbitro: Pedro Oliveira

SPORTING: Rui Patrício; Cedric, Mauricio, Rojo e Jeferson; William Carvalho e Adrien (Rinaudo, 56); Wilson Eduardo, Gerson Magrão (Ponde, 65) e Carrillo (Capel, 46); Montero (Cissé, 73).

SP. BRAGA: Eduardo; Miljkovic, Paulo Vinícius Nuno André Coelho e Joãozinho; Alan (Luís Carlos, 46), Custódio (Mauro, 46) e Ruben Micael; Salvador Agra (Hélder Barbosa, 78), Edinho e Pardo (Rafa, 84).

Ao intervalo: 0-0

Marcadores: 1-0 por Edinho (52min)

Disciplina: cartão amarelo a Eduardo (50min), Joãozinho (69min)