Equipa técnica, administradores e adeptos do Sporting viram este sábado o primeiro esboço em jogo do plantel que vai enfrentar a época 2005/06 num treino-conjunto com o 1.º de Maio Sarilhense. Houve ainda várias ausências entre os sportinguistas, normais nesta fase de pré-temporada, assim como foi o adversário escolhido, equipa da primeira divisão distrital de Setúbal, que os leões receberam na sua Academia com 7-0.
Os cerca de mil apoiantes (onde estavam muitos miúdos das escolas de formação) aplaudiram muito a actuação dos jogadores, Paulo Andrade e Rui Meireles fizeram questão de observar aquele que está a ser o produto final da sua gestão para esta época, mas, sobretudo, o treinador José Peseiro colocou em campo as primeiras ideias postas em prática desde o passado dia 29.
E pôde ver-se que a base de trabalho mantém-se, como a maior parte das vezes na temporada anterior, num 4x1x3x2, que pode também ser visto como um 4x4x2 dependendo da amplitude dos vértices do losango.
Em ambas as partes do jogo (de 40 minutos cada) deu para perceber que Peseiro exige que os elementos ofensivos (quer nas alas quer na frente) não fiquem «presos» à sua posição e, sim, façam uso do campo para abrir espaços ¿ os avançados a escaparem para as alas (e convidando à entrada do médio mais ofensivo); os flanqueadores a flectirem para o meio abrindo o corredor para os laterais.
No tempo inicial acabaram por ser os três elementos ofensivos do meio-campo a darem mais nas vistas. Douala é de difícil marcação e desequilibra facilmente pela velocidade que impõe; Edson trabalha como uma muralha que empurra a sua equipa ou bloqueia o adversário consoante há ou não posse de bola; e Labarthe mostrou-se bom no controlo da bola e no passe a distribuir jogo ofensivo para a equipa.
Com o intervalo e as sete alterações na equipa, Rochemback entrou para o lugar de Custódio e a coordenação da passagem da defesa para o ataque começou a ser feita mais atrás ganhando o Sporting mais presença na área através da maior liberdade de movimentos do médio mais ofensivo ¿ no caso, Sá Pinto.
Num jogo de sentido quase único, a defesa poucos sobressaltos teve e percebe-se algum contraste nos flancos: Paíto sacrifica alguma segurança defensiva com a agressividade atacante enquanto Miguel Garcia faz o sacrifício oposto ¿ num jogo de compensações com as características dos respectivos companheiros de flancos.
A arbitragem de homens da casa (Caixinha e Justino e Luís Martins) considerou fora-de-jogo o que seria o golo dos visitantes, que pouco mais fizeram frente a um dos eternos candidatos ao título, que não dispôs de Polga, Enakahire, Rogério, Vilela, João Moutinho, Ricardo, Pinilla e Edgar Marcelino, e dos juniores André Roque, Nani e Miguel Veloso.
Sporting (1ª parte): Nelson; Miguel Garcia, Semedo, Beto e Paíto; Custódio; Douala, Labarthe e Edson; Manoel e Lourenço.
Golos: Edson, 2 (6m: o guarda-redes adversário sai mal num cruzamento e fica mal colocado à mercê do chapéu do brasileiro; 26m: remate forte de fora da área depois de assistência de Manoel)
Sporting (2ª parte): Tiago; Miguel Garcia (Labarte, 62m, Semedo, Beto (Custódio, 62m)e Paíto; Rochemback; Carlos Martins, Sá Pinto e Tello; Silva e Liedson.
Golos: Liedson (50m: de penalty a punir falta sobre Silva); Sá Pinto, 2 (53m: a corresponder de cabeça a um centro de Paíto na esquerda; 74m: bom lance de Carlos Martins na direita a centrar para mais uma cabeçada certeira); Silva (65m: centro curto de Paíto para bom cabeceamento a desviar a bola do guarda-redes); João Pedro, p.b. (71m: canto marcado por Tello, o guarda-redes sai mal e é o jogador do Sarilhense que toca a bola para a sua baliza):
1.º de Maio Sarilhense: Osvaldo, Adelino Pedro, Cansado, João Pedro, Rodrigo, Cunha, André, Marcos, André Matos, Roque, Armindo e David. Jogaram também: Gonçalo, Lúcio, Lima, Miguel, Jailson, João Nuno e China.