O líder visitou Alvalade, mas, desta vez, do outro lado não estava um dos arqui-rivais, mas sim o bem organizado, equilibrado e, sobretudo, bastante confiante Leixões. A história dos dois clubes fazia pender e muito a balança para os da casa e seria complicado encontrar um adepto que não acreditasse que, com o primeiro lugar, ainda que provisório, à mercê e com 30 mil nas bancadas, os homens de Paulo Bento não conseguiriam vencer. Afinal, havia a boa primeira parte da Taça frente ao F.C. Porto e o crescimento de Liedson nos últimos encontros. Mas também havia um digno rival, que tinham roubado pontos ao Benfica e vencido no Dragão. E, agora, no estádio do Sporting (0-1).
Dois esquemas parecidos com métodos divergentes. O treinador dos leões montou o habitual losango, com Rochemback a 6 e Moutinho, Romagnoli e Izmailov a distribuírem-se pelos outros vértices. Mota fez o mesmo, com Bruno China atrás, Wesley a fazer de dez e Roberto Souza e Hugo Morais nas pontas. No entanto, a forma de chegar à baliza contrária era diferente: o diamante do Sporting esticava-se de uma ponta à outra do campo, com Moutinho e Izmailov a ter de canalizar por aí grande parte dos ataques; do outro lado, os mais adiantados Braga e Diogo Valente abriam para as alas, chamando Wesley, vindo de trás, a ocupar o espaço deixado vazio no meio.
O encontro chegou ao intervalo sem muitas oportunidades. Dois ou três erros deram a oportunidades a Romagnoli (19), Carriço (31) e Postiga (39) e permitiram duas grandes defesas a Beto e ao central a sensação de que esteve a centímetros de ter a estreia de sonho. Os leões estiveram por cima e raramente por baixo, mas na maior parte do tempo a partida foi decorrendo equilibrada sem motivos de sobressalto. Bolas para as faixas, chamando os laterais e apoio dos vértices. Foi desta forma que o Sporting empurrou o adversário para a sua área e chegou a estar perto do golo. Mas a lucidez durou dez minutos até de se chegar à meia hora.
Como uma equipa crescida, os homens de Matosinhos reagruparam e voltaram a adormecer a partida. E tiveram a sua chance, na jogada em que Pedro Silva, entrado dez minutos antes para o lugar do lesionado Rochemback, também atiraria a toalha ao tapete. Vasco Fernandes libertou Braga sobre a direita. O avançado cruzou para uma área de repente recheada de camisolas vermelhas e brancas. Mas Hugo Morais caiu e atrapalhou Wesley, que só acertou de raspão com a cabeça. Faltavam dois minutos. Entretanto, Grimi seria o terceiro lateral-esquerdo da equipa, depois de Veloso e Pedro Silva, ainda antes do regresso aos balneários.
Mais espaço, mais futebol
O encontro voltou subitamente com mais espaço. Os contra-ataques do Leixões eram mais insistentes, com Wesley a espalhar talento pelo campo e a aproximar-se um pouco mais da frente. Também o Sporting queria crescer, esganado com o cordão do relógio à volta do pescoço. Liedson continuava a fazer um trabalho exemplar lá à frente, recuperando bolas e abrindo para os companheiros, mas Postiga continuava a não conseguir acertar onde não estava Pimparel. Mais uma grande defesa do guarda-redes formado em Alvalade, aos 62 minutos, depois de Patrício ter negado os festejos a Hugo Morais três minutos antes.
Depois de uma ou duas ameaças, o Leixões chegou ao golo. Uma bola caiu perto de Izmailov junto à meia-lua, mas Roberto Souza roubou-lha. Patrício ainda vinha do outro poste e o remate surge na altura errada para si.
Feridos, os homens de Paulo Bento voltaram à carga, ainda mais ansiosos. Mas é o Leixões que está perto do 0-2, três minutos depois do golo. Canto de Hugo Morais, cabeceamento ao lado de Wesley. Sempre tranquilos, os de Matosinhos aguentavam a pressão. Beto fazia mais uma grande defesa a Yannick (78), entrado para o lugar de Carriço, e antes do apito final Zé Manel acertou no poste (90). Mais uma grande vitória!