O momento

Minuto 58. O que o Gil Vicente nunca conseguiu, desenhou o Estoril por duas vezes, de forma mortífera, em Alvalade. A última teve o condão de destroçar por completo a defesa leonina, fragilizada por tamanha inclinação para a frente por parte dos outros sectores. Gerso pegou na bola e levou-a do seu meio-campo até perto da área rival. Sem que lha tirassem, sem que fizessem uma falta que terminasse com a jogada, valesse um amarelo, mas mantivesse os visitados na corrida. Nada. E Gerso ainda fez uma última finta antes de deixar tudo no pé direito de Luís Leal.

As figuras: Licá, Gerso e Luís Leal

Dinâmicos. Incansáveis. E sempre de olhos na baliza contrária. Têm estilos diferentes e vão pisando à veze vários sectores do terreno. Os dois primeiros foram gerindo o tempo entre os dois flancos para ir criando dificuldades diferentes aos laterais contrários, a fim de que não se adaptassem na marcação. Leal tem uma forma peculiar de sentir que pode furar muros só com a vontade e ameaçou uma vez e assim causou o penalty na segunda. Excelente o contra-ataque que ditou o 0-2, em que participaram os três, embora Licá de forma mais passiva. Brilhante Gerso, a aguentar até ao fim antes de fazer o passe de morte para a «vingança» de Luís Leal, formado em Alvalade.

Outros destaques:

Carlos Eduardo

O toque de classe da equipa do Estoril. Toca sempre leve na bola e isso é sinal de gosta de a ter. Sempre a pensar em aberturas, a servir dos homens mais adiantados, é a partir dele e de algumas iniciativas de Diogo Amado que a equipa da Linha se estica em campo. Foi raro perder uma bola e, quando Gonçalo deixou a equipa só com dez, ajudou a defender.

Diogo Amado

Diogo Amado está nos passes longos como Carlos Eduardo está nos que procuram desequilíbrios já perto da área contrária. Está na origem do golo, ao ver a diagonal de Licá, que desequilibra a defesa do Sporting e enerva Cédric.

Viola de cima para baixo

Bom início, bons pormenores. Vontade, irreverência. Foi sempre um perigo para a defesa do Estoril, mas às vezes desaparece do jogo. Percebe-se que gosta mais dos flancos do que de uma parceria mais coesa com Van Wolfswinkel, e por vezes pisa caminhos de colegas e deixa o holandês outra vez só. No entanto, isso será Sá Pinto quem terá de corrigir e, sobretudo, de aproveitar aquela chama antes que se apague. Decisivo no golo leonino, ao forçar o autogolo de Anderson. E carregou até final.