O início da venda de bilhetes para o jogo da Taça de Portugal de futebol com o Benfica gerou esta sexta-feira manhã um movimento anormal junto à sede do Sporting da Covilhã, equipa da II Liga.

Até segunda-feira a venda é exclusiva para os pouco mais de três mil sócios dos leões da serra, um por cada cartão com as quotas em dia, mas muitos não quiseram arriscar e quando a bilheteira abriu já estavam à espera.

Foi o caso de João Nunes, um dos primeiros com o ingresso para o jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal na mão. A cabine do piso inferior do silo-auto do clube, onde os bilhetes podem ser comprados, só abria às 9:30 e o sócio já lá estava por volta das 7:30.

«Eu levanto-me cedo e tinha a manhã livre, decidi vir já», justificou à reportagem da agência Lusa. O tempo de espera, entre pessoas com o mesmo interesse em comum, foi passado a antecipar cenários para o grande jogo.

A fila era grande, mas andava rápido. O tempo de espera, pela manhã, não ultrapassava a meia hora.

Sérgio Alves, sócio do Covilhã, mas também do Benfica, quis assegurar quanto antes a entrada no Complexo Desportivo, para ver o encontro entre os dois emblemas por que torce. «Quero que ganhe o Covilhã, mas se perder, não vou ficar muito chateado», comentou.

De fato, gravata e mala na mão, João Carvalho, benfiquista ferrenho, foi para a fila porque quis garantir o bilhete antes de ir para o trabalho. «Não quero perder a oportunidade de ver o glorioso Benfica na nossa terra», salientou, enquanto aguardou sua vez com o cartão dos serranos na mão.

Apesar de ser também sócio dos encarnados, no dia 18 o seu apoio vai ser dirigido aos leões da serra. «Quero que ganhe o Sporting da Covilhã, porque eu sou covilhanense e em primeiro está o clube da minha terra. Vai ser o único dia em que não quero que o Benfica ganhe», sublinha João Carvalho.

Na memória tem os duelos de outros tempos, o último em 1987. «Ver o Covilhã jogar com o Benfica é diferente, é um misto de emoções», acrescenta.

Nuno Belino, sócio cativo, vê todos os jogos. «Vou ver o Benfica e vou ver o Tondela», frisa. Como tinha o dia mais livre, aproveitou para «tratar já do assunto».

Para os cobradores, junto ao local de venda de bilhetes, o trabalho aumentou. Não se tem verificado a adesão significativa de novos sócios, que pagam entre 2,5 e 5 euros mensalmente, as senhoras metade, mas alguns com as quotas em atraso têm-no procurado para regularizar a situação.

Os ingressos para os sócios são vendidos a nove euros. Para o público em geral o bilhete para os topos custa 15 euros e 20 euros para a bancada central.