Acabou a crise do Sporting. Ou pelo menos o ciclo de jogos sem vitórias, que o futebol praticado ainda está longe de convencer os adeptos. Mas o primeiro passo para a recuperação moral está dado, graças a uma grande penalidade convertida por Matías, a treze minutos do fim.

O Sporting fica pelos oito jogos sem vencer, e agora é o Beira Mar que lamenta igual registo. Mesmo sem fazer uma exibição muito coesa, a equipa aveirense gerou intranquilidade em Alvalade, mas acabou por aumentar uma ferida idêntica à que o leão começa agora a querer curar. Com o mesmo «remédio» de 1991.

Salomão saiu do esquecimento para dar o exemplo

Em estreia na Liga, José Couceiro colocou o Sporting a jogar em 4x3x3. Zapater foi relegado para o banco e Valdés juntou-se a André Santos e ao compatriota Matías no miolo. Salomão, demasiadas vezes esquecido por Paulo Sérgio, foi promovido à titularidade, na ausência de Vukcevic (lesionado).

A equipa leonina ocupou o meio-campo adversário desde o primeiro minuto, mas sem grande dinâmica. A dança colectiva não era suficientemente atractiva para contornar o opositor, pelo que era preciso esperar pelo talento individual. Postiga e Salomão respondiam à necessidade, com o jovem extremo a reforçar a liderança leonina no campeonato de bolas ao poste (21m).

Foi o ponto de partida para o melhor período do Sporting, no primeiro tempo. Rui Rego negou um golo a Yannick, logo a seguir (23m), e Postiga cabeceou depois na direcção do guarda-redes aveirense (38m). Já perto do descanso apareceu Salomão de novo, com um remate cruzado que passou ligeiramente por cima do ângulo superior da baliza (era um grande golo).

Mas antes de tudo isto houve golo do Beira Mar, anulado por pretensa posição irregular de Élio (18m). A equipa aveirense pregava um susto aos adeptos leoninos, ao qual não deu grande sequência. Receber o adversário do meio-campo defensivo até podia fazer parte da estratégia, mas Rui Bento (também estreante) precisava de contra-ataques que teimavam em não sair. Para além do golo anulado, o Beira Mar só criou uma outra situação de perigo na primeira parte, com um remate por cima do mesmo Élio.

A chuva encolheu a juba até ao «brinde»

A intensa chuva que caiu no início da segunda parte encolheu o Sporting. O Beira Mar, em sentido inverso, cresceu com o intervalo, e apareceu mais afoito, já com Wang Gang no lugar do lesionado Wilson Eduardo. Artur começou por assustar com um remate de longe, que passou ligeiramente ao lado (59m), para depois aproveitar o adormecimento colectivo da defesa leonina para encontrar Élio sozinho na área, mas este deslumbrou-se com as facilidades e rematou por cima (62m).

O Sporting tinha, até então, apenas um remate de Matías que desviou em Postiga e passou ligeiramente ao lado. Couceiro mudou para 4x4x2, mas fê-lo à custa da sua melhor unidade (Salomão). Os «leões» não melhoraram por aí além, mas acabaram por beneficiar de uma grande penalidade (77m). Um lance de difícil análise: a bola bate no braço de Élio, que por um lado tem o braço levantado e por outro está a uma distância muito curta. Aceita-se a decisão de Hugo Pacheco, que levou Matías à marca de onze metros, distância a que resolveu a crise leonina.