Artur Jorge, treinador do Sp. Braga, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Benfica por 3-2 e consequente eliminação da Taça de Portugal:

«Tivemos uma entrada forte em cada parte e isso resultou nos nossos golos. Depois, faltou mais eficácia defensiva para levarmos daqui outro resultado.»

[Momento do jogo é quando está por cima com 2-2 e depois sofre o terceiro ou na primeira parte, quando o Benfica marca dois golos em poucos minutos]

«São dois momentos que nos penalizam bastante. Tivemos uma primeira parte em que entrámos fazendo o golo nos dez primeiros minutos. Tivemos uma reação do Benfica, porque estava atrás do resultado. Não tendo tido muita chegada ofensiva, tivemos uma primeira parte em que controlámos o jogo do Benfica. Só que os últimos cinco minutos deitaram por terra tudo isso. Cinco minutos onde perdemos a concentração e organização defensiva que tínhamos. O primeiro golo surge de uma transição desde o meio-campo contrário e o segundo de um lançamento de linha lateral. Procurámos tentar recuperar animicamente desse momento para termos a entrada que tivemos na segunda parte. E isso mostra mais uma vez o carácter da equipa e a vontade de poder ir a qualquer momento em busca do resultado. Depois do 2-2, tivemos um momento em que fomos claramente melhores, com várias ocasiões, até ao minuto 70, creio eu. Mas, uma vez mais, depois de um momento que é mais consentido por nós do que de mérito do adversário, acabámos por sofrer o 3-2, as coisas ficaram mais complicadas e tivemos mais dificuldades para voltar a entrar no jogo.»

[Pensa que o Sp. Braga merecia pelo menos o prolongamento?] Este mês tem vários jogos com os grandes. Receia que esta derrota possa interferir animicamente na equipa?]

«Diria que são dois meses muito difíceis. Teremos sete jogos de grande exigência para nós, uma vez que em fevereiro entramos outra vez nas competições europeias. Este resultado não pode interferir no percurso que temos pela frente. Teremos de estar preparados para dar resposta. Queremos estar preparados para dar resposta nessas competições diferentes.

Ficámos fora de uma competição em que queríamos disputar a final como no ano passado. Mas não creio que este resultado possa ou tenha de ter interferência na nossa performance no próximo mês. Temos de estar preparados.

Sabemos que fizemos um bom jogo. Custa-nos, mais do que o resultado, ficar fora da competição. A justiça ou injustiça é sempre muito subjetiva. Eu fiquei satisfeito com desempenho da equipa. Com a demostração de qualidade e de ambição da equipa. Mas não há muito mais a dizer quanto à justiça, uma vez que acabámos por ser penalizados por erros que cometemos.»

[Escolheu para o jogo de hoje um guarda-redes que não é o habitual titular]

«Temos um plantel que foi pensado para ter proximidade de qualidade para que não haja momentos de oscilações quando há necessidade de fazer alterações, até porque temos uma densidade competitiva que nos obriga a isso.

O Lukas Hornícek é um jogador no qual acreditamos e com quem renovámos recentemente. É uma mais-valia para nós neste momento e será seguramente no futuro. Sentimos que é preciso pô-lo à prova também em momentos de dificuldade. Tem sido o habitual suplente do Matheus, que é o nosso guarda-redes número 1, mas com estas oportunidades estamos a fazer com que ele possa crescer em competição e crescer em competição é também com a exigência de poder ter jogos como este, com quase 60 mil pessoas na bancada e um trabalho defensivo que lhe é exigido.

A aposta é pensada dentro do projeto interno que temos, que passa por termos rendimento desportivo, mas também potenciar jogadores.

Se vou repetir na Taça da Liga? Vamos esperar pelo momento. Não há aqui nada fechado. Nem quero que haja um comportamento padrão porque isso nem seria bom para os jogadores, porque sabem que vão jogar e que estão garantidos nesse momento. Quero validar as minhas opções através do trabalho que eles fazem.»