Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em conferência de imprensa, depois da vitória sobre o Farense (2-1), no Algarve, em jogo da 25.ª jornada da Liga:

- Antevíamos um jogo difícil. O Farense é uma boa equipa, tem bons jogadores, uma boa organização. Fizemos uma primeira parte muito boa, tendo em conta as dificuldades que o Farense nos criou: fechou-se bem e fechou muito os espaços. Tivemos paciência, circulámos a bola, fomos por fora e entrámos por dentro. Criámos algumas oportunidades de golo e não era fácil, pela forma como o Farense se posicionava.

- Além do golo, tivemos mais duas ou três situações. Mas sentia-se que o Sporting de Braga estava melhor no jogo, anulava bem os contra-golpes do Farense e estava relativamente confortável no jogo. Justificava-se estarmos a vencer ao intervalo. Uma segunda parte diferente: fizemos hoje o 42.º jogo da época e, pela primeira vez, vencemos com uma dose de felicidade. Até ao momento, nunca vencemos nenhum jogo com essa dose de felicidade. Empatámos um jogo em que reconheci que o ponto foi positivo, em Famalicão, e agora esta vitória em que se me oferece dizer que tivemos uma dose de felicidade pela primeira vez esta época para conseguir os três pontos.

- Só para concluir: não há dose de felicidade sem acreditar, sem buscar aquilo que se conseguiu. Mesmo com o Farense a criar situações de perigo, que o Matheus resolveu e muito bem, nunca deixámos de acreditar que poderíamos fazer golo e procurámos sempre a baliza adversária. Acabámos por ter essa felicidade, porque também a procurámos, mas reconheço que foram três pontos muito felizes e altamente penalizadores para o Farense.

- Houve mérito do Farense e houve demérito nosso. A partir do momento em que o jogo exterior ficou bloqueado, devíamos ter procurado jogo interior. Ele existia, mas a circulação de bola atrás não foi tão efetiva. Não arriscámos alguns passes entrelinhas que nos permitiriam entrar na estrutura defensiva do Farense. Fomos previsíveis e algo lentos. Quando a bola circulava da direita para a esquerda, não éramos lestos a procurar o Ricardo Horta e depois o Nico [Gaitán] e, depois, quando a bola circulava à direita, não encontrávamos o Piazón nem depois o Ricardo Horta, porque não éramos expeditos a procurar os jogadores entrelinhas no lado contrário, já que os corredores estavam fechados. Nós tínhamos de arranjar outras soluções, sabíamos exatamente o que tínhamos de fazer, mas fomos previsíveis e lentos, o que dificultou o nosso jogo. Perdemos a capacidade de jogar entrelinhas, os corredores estavam fechados, e depois sujeitámo-nos mais a transições. Foi aí que o Farense criou problemas, também no jogo mais direto, fundamentalmente para as segundas bolas, o que nos levou a passar por um ou outro momento de dificuldade.