A figura: Hugo Viana

Atravessa um momento de confiança impressionante. Com o pé direito, com o pé esquerdo, uma finta, um passe longo, uma viragem de flanco. Sai tudo bem a Hugo Viana. A sua ausência no grupo da seleção nacional, que está em Varsóvia, só pode ser justificada com o caráter bem mais importante do duelo desta noite comparativamente com o particular que o grupo de Paulo Bento vai disputar. Todo e qualquer outro argumento bate de frente no muro que é o tremendo momento de forma do médio do Sp. Braga. Nem precisava ter estado na génese dos primeiros dois golos bracarenses para levar todo o destaque. Fez tudo bem esta noite. É o médio português em melhor forma e uma das figuras do campeonato.

A desilusão: Nilson

Aprender com os erros é uma virtude. Nilson, como guardião experiente que é, deveria ter-se resguardado depois da saída em falso no primeiro golo bracarense. É verdade que Elderson saltou sozinho, mas a intervenção do guardião vimaranense só complicou. E por isso ainda se percebeu menos como pôde repetir o erro no lance do segundo golo.

O momento: a expulsão de Freire

Minuto 31. Se era difícil, ficou quase impossível. A incerteza no derby foi-se com o vermelho a Freire, numa ação difícil de compreender. Jogada ganha, pontapé de baliza para Nilson e um pé no local errado, com João Capela em cima do lance. Não há agressões de primeira e agressões de segunda. Ruía qualquer esperança de «remontada».

Outros destaques

Rúben Amorim

Uma meia surpresa no onze. Leonardo Jardim preferiu a solidez de Amorim ao rasgo de Mossoró. Mas o médio português foi um pouco dos dois. Disciplinado taticamente, teve pulmão para ser o perfeito guarda-costas de Lima e o seu futebol simples, combinado com alas de igual recorte, foi de uma utilidade tremenda. Aproveitou a boleia de Hugo Viana e deixou o jogo com nota bem positiva.

Salino

Ainda alguém se lembra que era médio? Quem teimar a insistir na natureza de Salino, poderá continuar a ver como produz na lateral direita, naquele estilo vertiginoso, com a bola colada no pé e a baliza na mira. A defender continua simples até para combater a falta de estatura, quando comparado a quase todos os rivais que vai tendo pela frente. Cada vez menos uma adaptação. Miguel Lopes, esse sim com natureza de lateral, terá de esperar.

Custódio

Um vimaranense convertido. Natural de Guimarães, defende com toda a garra a camisola do rival e até na forma como festejou o golo marcado mostra que não há condescendências. Foi o ponto de equilíbrio do meio campo e o resguardo perfeito para Hugo Viana e Rúben Amorim explanarem o seu futebol.

Douglão

Enorme. Pegou de estaca no onze, passou de dúvida a referência e dificilmente perderá o lugar. Grande exibição.