O melhor Sporting da actualidade mora em Braga. Os Guerreiros do Minho venceram mais uma batalha das grandes, colocando os leões de Lisboa a 15 pontos da liderança. A César o que é de César. O lance de génio do avançado brasileiro (31m) decidiu o duelo na Pedreira. Eduardo segurou a vantagem com um joelho a pedir descanso. Guarda-redes de selecção, seguramente.
Em Braga, mora um grande. Se continua com dúvidas, passe pelo Estádio AXA num domingo qualquer. Domingo não, que agora há futebol toda a semana, tanto que se perde a conta. Sexta-feira à noite, pedreira muito bem composta, ambiente de clássico.
O público arsenalista cresce em comunhão com a sua equipa. O clube potencia o entusiasmo, contribuindo para uma características sonoridade que fica no ouvido. Ouvem-se os hinos do Sp. Braga antes do encontro, ensurdece-se com milhares de leques que ecoam em uníssono, puxando pelo onze de Paciência.
O Sporting de Portugal soube reagir a este ambiente efervescente e entrou bem em campo. Muito bem aliás. Domingos aposta no corrupio desde o apito inicial mas terá ficado surpreendido com a fórmula apresentada pelo adversário. Pressão alta e agressividade acima do habitual, desmistificando a ideia de uma equipa verdinha. Havia ali verdadeiros leões.
A César o que é de César
A primeira meia-hora foi um somatório de cortes arriscados, passes precipitados perante o temor de uma perda de bola, muita parra e pouca uva. E de repente, Ave César! O nulo desapareceu do gigantesco ecrã electrónico, o Sp. Braga que pouco fizera chegou à vantagem. Mérito tremendo para o artista.
Paulo César viu o carrinho de Miguel Veloso e picou a bola por cima do loiro leonino. Encarou João Pereira, antigo parceiro, com autoritarismo e ganhou espaço. O contributo de Tonel, desviando a bola com as suas pernas, assemelhou-se a um reconhecimento da beleza do lance. Rui Patrício batido de forma infeliz.
O Sp Braga, repete-se, não tinha comprovado o favoritismo reclamado de véspera. Contudo, após o golo inaugural, recuperou a pose de líder e ficou por cima. Mossoró, outro craque acima da média, levou Carriço e Adrien ao desespero, conquistando dois cartões amarelos.
Carlos Carvalhal queria uma resposta imediata. Cinco minutos depois, Carlos Saleiro inventava um lance de perigo, com um remate do meio da rua para bela defesa de Eduardo. O mesmo Eduardo que falharia antes do intervalo, atrapalhando-se com Rodriguez para colocar Liedson em posição vantajosa para decidir. Desta vez, o levezinho decidiu mal.
Mudar para continuar na mesma
O Sporting precisava de mudar, para a segunda metade. Izmailov regressara ao onze mas pouco acrescentara, colocando estranhamento no lado esquerdo do típico losando, com Miguel Veloso à direita. Opção controversa e contraproducente. Yannick e Matías Fernandez substituíram Izmailov e Adrien, após o reatamento. Domingos foi refrescando a sua equipa.
No rectângulo de jogo, pouco a acrescentar. Crescentes quezílias, simulações bracarenses à procura de desvario contrário e um leão acossado pela distância pontual. O Sporting queimou cartuchos mas não seria nesta noite que iria recuperar todo o tempo perdido ao longo da época.
Eduardo em pânico
Corria o minuto 80, numa pressão leonina sem resultados práticos, quando o regressado Luís Aguiar faz um mau passe. Pongolle entrou com a corda toda e fez-se ao lance. Eduardo, em esforço, cortou de carrinho e torceu o joelho direito. Seguiram-se minutos de aflição, com o Mundial no horizonte. O Sp. Braga queimara as substituições e Eduardo levantou-se para defender a coxear. Aguentou-se como um Guerreiro, até ao apito final. Miguel Veloso ficou a centímetros do empate no sétimo minuto de compensação. Não chegou.