A Figura: Lima

Tendência bipolar, capaz de encantar num instante e levar ao desespero logo a seguir. Um, dois, três bons remates, quase sempre parados pelas luvas de Cássio. Falhanço inacreditável, aos 21 minutos, num frente com o guarda-redes pacense. Isolado, com tempo e espaço, nem na baliza acertou. Mas marcou dois golos e isso fez toda a diferença. O primeiro na transformação de uma grande penalidade, o segundo de cabeça, após cruzamento de Alan na direita. Decisivo, sim.

O Momento: a cabeça de Lima

O Sp. Braga tinha perdido uma vantagem de dois golos, estava em dificuldades e foi salvo a 20 minutos do fim. O cruzamento de Alan é soberbo, de facto, como é a finalização de Lima. Ele que até parecia divorciado da baliza pacense. O terceiro golo do Braga tem de ser o momento da partida.

A Desilusão: Márcio Mossoró

As bancadas ainda gritam «ia-ia-ó», mas o eco que encontram no relvado não é igual. Márcio Mossoró está a quilómetros, muitos, da genialidade e frescura de outros tempos. Perro de ideias e de pernas, lento a decidir e a evitar os adversários. Podia ter feito mais e melhor quando Cássio lhe meteu a bola nos pés, por exemplo. Hesitou e rematou alto, alto. Raramente foi a fonte de criatividade desejada pela equipa.

A Crónica do Jogo

Outros destaques

Melgarejo

Andava fugido do jogo, discreto, quase envergonhado. Num ápice, fez um pique, surgiu diante de Quim e finalizou com mestria num «chapéu» perfeito. O paraguaio cedido pelo Benfica é um pouco assim. Intermitente, por vezes apático, mas fortíssimo e frio com a bola no pé. Tem de viver mais os jogos, meter mais coração às suas acções, fazer fervilhar o sangue latino que lhe pulsa nas veias.

Alan

Marcar por engano não é vergonha nenhuma. Um cruzamento que acaba em golo só pode ser um cruzamento perfeito. Foi assim que Alan abriu as contas da partida. Na direita, olhos vidrados na bola, um arco perfeito e Cássio inapelavelmente batido, sem saber bem o que lhe acontecia. Sem grande fulgor, empregou a influência costumeira na gestão da bola e na aproximação à área oposta. Assistência notável para o terceiro golo da equipa. Figura incontornável, mesmo distante do máximo que pode fazer.

Marcelo Tchê

Primeiro jogo no Paços de Ferreira, meio ano após ter chegado à Mata Real proveniente do Santa Helena. Excedeu em muito as expectativas. Aparentemente frágil fisicamente, revelou ser ágil e saber tratar a bola. Forte nas tabelas, no envolvimento ofensivo, chegou a ter pormenores realmente interessantes. O Paços pode ter ganho neste jogo um bom lateral direito.