Foi uma noite de bons golos e erros defensivos, mas também de virtudes atacantes que devem ser ressaltadas.

O Braga ganhou bem, foi vitória natural e justa, ainda que a dimensão do triunfo esconda a réplica do Gil (que até podia ter feito mais golos).

Valeram os «bis» de Rafa e Pardo e ainda a ousadia de Diogo Viana e João Vilela, enquanto estiveram em campo.

A quatro dias de disputar uma presença na final da Taça da Liga, Jesualdo Ferreira optou por deixar Alan no banco e lançou Kappel para o onze. E perante a escassez de opções para o lado esquerdo da defesa, colocou Núrio no onze.

Mesmo com essas mudanças, o Braga apareceu bem e mandou completamente no jogo durante os primeiros 25 minutos.

Tempo suficiente, diga-se, para praticamente resolver o jogo.

Rafa Silva, em noite inspirada, assinou dois bons golos num espaço de seis minutos e ofereceu aos bracarenses um resto de jogo mais tranquilo do que esperavam.

A jogar no meio (Custódio assumia a retranca, Mauro oscilava nos flancos), Rafa foi, verdadeiramente, o joker deste Braga frente ao Gil.

Com 2-0 ao quarto de hora, o jogo parecia dedidico em fase estranhamente precoce.

Mas não foi bem isso que aconteceu. Mesmo a perder por dois golos, o Gil Vicente não baixou os braços e tentou a resposta.

Sem tanta necessidade de jogar no risco, o Braga recuou linhas e quase convidou o adversário a voltar a acreditar.

Diogo Viana e João Vilela (sobretudo eles) passaram a ser, a partir dos 25/30 minutos, os homens em foco, ensaiando quatro ou cinco jogadas de perigo para a baliza bracarense.

Chegou a adivinhar-se o 2-1, mas o golo do Gil não viria a acontecer e o intervalo chegou com uma diferença relativamente confortável para os arsenalistas.

O arranque do segundo tempo parecia confirmar estas coordenadas, mas o Gil reduziu para 2-1, por Diogo Viana, que bem mereceu o golo. 

Parecia que o jogo está relançado, mas logo a seguir Pardo recolocou a diferença em dois tentos: 3-1.

O jogo estava vivo, apesar do frio e estava visto que teríamos motivos de interesse até ao fim. 

Confirmado: grande penalidade para o Gil, hipótese de redução para 3-2. Mosquera converteu, Eduardo defendeu com os pés.

Agora sim, a coisa parecia definitivamente resolvida para o Braga. Quando César Peixoto viu vermelho direto e, mais tarde, Pardo bisou para o 4-1, tudo ficou perfeitamente claro.

Foi justo para o Braga mas a ousadia do Gil talvez merecesse diferença mais apertada.