15,7 milhões por um jogador que fez 31 minutos na equipa principal parece bom negócio. Sem ironia.

Na verdade, não há muito por onde pegar. O Benfica tinha duas opções: arriscar uma espera que poderia trazer bem mais, apenas mais, menos ou muito menos, ou aceitar o que era certo.

Como naqueles concursos televisivos, que desafiam sabedoria e sorte, com cheques gigantescos que ficam bem nas câmaras, a SAD dos encarnados jogou pelo seguro. Aceitou o dinheiro.

O Monaco, por sua vez, pagou para ver. Não precisou de ver muito mais para decidir. Podia ter esperado mais uns meses, mas achou que já tinha dados suficientes para perceber o que tinha em mãos. Olhou para o futuro e acreditou que seria um bom investimento, apesar de, este ano, ter começado por achar que não deveria investir tanto como nos últimos anos.

Como disse, era uma das escolhas possíveis. Ambas defensáveis. 

Bernardo Silva aproveitou a oportunidade, mostrou o seu talento perante um treinador e um clube que sempre acreditaram nele.

A SAD do Benfica, porque precisa de encaixar sempre alguns milhões por época, e porque assumiu há muito que é um exportador frequente, vendeu uma das jóias da formação. Tinha, no passado recente, os números para apoiar a sua decisão: os tais 31 minutos em jogos oficiais (política que teve continuidade na pré-época encarnada) a mostrar que talvez Jesus não tinha assim tanta fé no jovem e que isso, provavelmente, não iria mudar tão cedo. Vendeu.

Acredito que Bernardo Silva possa valer bem mais daqui a uns anos. Tem talento para isso. Mas também é verdade que no futebol nunca se sabe.

O que faria o leitor? Arriscava ou preferia o cheque?

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no Twitter.