A polivalência tem destas coisas. Ora se é lateral-direito, ora médio-interior, por vezes até médio-defensivo. Rúben Amorim sabe-o melhor que ninguém no Benfica e admite que fazer várias posições tem trazido mais prejuízo que benefício.

«Por vezes [a polivalência] prejudica, mas o mais importante é o colectivo», disse o médio, nesta terça-feira, no Seixal, antes do treino dos encarnados. «Sinto-me mais vezes prejudicado em prol da equipa», acrescentou, na análise aos prós e contras de poder jogar em vários sítios.

Ora, um dos lugares que Rúben Amorim ocupou na época passada foi o de médio-direito. Com a saída de Ramires, o internacional português podia tornar-se dono do lugar, mas, entretanto, chegou Salvio, que tem estado em bom nível. Tão cedo não volta à direita? «Esse era um sinal de que o Salvio estava bem e a marcar golos, ele é um excelente jogador», declarou Rúben Amorim.

O argentino está emprestado pelo Atlético de Madrid e, questionado sobre se o Benfica devia comprar o passe do camisola 8, o médio português sublinhou que «a direcção é que sabe».

A conversa voltou de novo à polivalência de Amorim, que voltou a frisar que é médio-centro, mas que, na verdade, o que prefere mesmo é jogar, o que «tem sido difícil devido a lesões e ao facto de nunca estar no mesmo lugar». «Sinto-me cada vez melhor. Não vou dizer que estou ao nível da época passada, mas estou a caminho», defendeu. Amorim entende que a polivalência «tira rotinas», mas entende a situação: «É o papel que tenho neste momento.»

Mesmo afectado por alguns problemas físicos, e algo afastado da titularidade, o jogador do Benfica não deixa de pensar equipa das quinas, para dar sequência à presença ao Mundial 2010. «Se aos 25 anos não tivesse esse objectivo...Tenho tido algum azar, pois estava numa fase de afirmação, tanto no Benfica como na Selecção.»

«Treinado por Mourinho? Por que não?»

Ainda em assunto, a Bola de Ouro ganha por José Mourinho, considerado o melhor técnico de 2010. «É uma honra, é um grande treinador e alguém que nos orgulha muito, ainda para mais por ter falado em Português», admitiu o médio.

E Amorim gostava de ser treinado pelo «Special One»? «Por que não? Era sinal que estava noutro grande clube, ou até no Benfica», concluiu.