O Fundo de Pensões para os jogadores poderá mesmo ser uma realidade até ao final do ano. Assim o espera o presidente do Sindicato, Joaquim Evangelista, que, acompanhado por uma comissão de jogadores formada por Petit, Baía, Pedro Emanuel, Custódio, Abel e João Vieira Pinto, esteve reunido com o secretário de Estado, Laurentino Dias.
O responsável sindical mostrou-se optimista: «Recebeu as nossas propostas no âmbito da regulamentação da Lei de Bases, em particular a que diz respeito à criação do Fundo de Pensões, que visa dar resposta aos problemas com que se debatem a maioria dos jogadores de futebol no final das suas carreiras. A ideia é incentivar os mesmos, através da poupança, a resolver esses mesmos problemas. Trata-se da contribuição voluntária do próprio para um fundo comum que visa responder aos problemas no final da carreira, aos 35 anos. Houve receptividade do secretário de Estado e este comprometeu-se a fazer chegar a proposta aos demais membros do Governo para ser apreciada.»
A situação poderá estar resolvida «até ao final do ano...», apontou Joaquim Evangelista, embora se notasse algum desconforto na altura de falar em datas: «Não queria estar a estabelecer prazos, mas estou convencido de que o início da próxima época é um prazo muito curto. Mas se conseguirmos implementá-la até ao final do ano, seria óptimo.»
O secretário de Estado da juventude e do desporto, Laurentino Dias, mostrou-se satisfeito com a iniciativa do Sindicato e ficou a garantia de que as conversas vão prosseguir: «Trocámos impressões e ficámos a ter uma ideia dos contornos gerais da iniciativa. É uma ideia positiva. É, aliás, muito positivo que o sindicato e alguns dos seus mais representativos jogadores se interessem em participar activamente na procura de soluções e não deixem que seja o Estado ou outros a procurar encontrá-las.»
Boicote à Taça da Liga nada tem a ver com o modelo da prova
Embora o incumprimento dos salários não tenha estado em cima da mesa, o presidente do Sindicato reafirmou que a ameaça de boicote à Taça da Liga nada teve a ver com a prova ou o seu modelo. Surgiu como uma forma de pressão sobre a Liga para tomar uma atitude: «O que nos preocupa não é o modelo da prova. Estamos de acordo que seja implementada. O que me preocupa é que existem jogadores que têm salários em atraso e dificuldades. O que disse foi que antes de se resolver o problema de uma nova competição, devia resolver-se o problema dos salários. Acho que é legítimo que fiquem salvaguardados os direitos fundamentais daqueles que vão dar corpo e alma à competição, que são os jogadores.»