FIGURA: Cristiano Ronaldo

De regresso aos jogos na seleção, depois da ausência ante a Finlândia e a Croácia, o capitão voltou a ser sinónimo de fome pelo golo e brilhou na segunda parte em Aveiro, chegando aos 130 golos pela seleção, com dois golos de pé esquerdo. O primeiro deles, o 2-0, é uma obra de arte – para ver e rever – com um remate colocadíssimo ao canto superior direito da baliza defendida por Kelleher. Depois, finalizou para o 3-0 a passe de Diogo Jota. À “matador”, a mostrar o que ainda pode dar à seleção, em vésperas de fazer o seu sexto Europeu por Portugal.

MOMENTO: o primeiro golo de Ronaldo (50m)

Foi, sem dúvida, o momento alto da noite em Aveiro. Aos 50 minutos, Ronaldo recebeu um passe de Rúben Neves na direita da área, enganou Liam Scales com um drible, puxou para o pé esquerdo e fez um grande golo, para o 2-0. A comunhão com os adeptos, com o “siii” habitual, traduziu a obra de arte que foi o golo de Ronaldo, que ainda viria a fazer o gosto ao pé esquerdo dez minutos mais tarde.

OUTROS DESTAQUES

João Félix: apesar da primeira parte pouco vistosa e convincente ante a Croácia, Roberto Martínez manteve Félix no onze, com funções diferentes e que trouxeram um pouco mais de Félix à seleção e à seleção de Félix. A jogar em zonas mais centrais como um “falso 9” e até por vezes a ir buscar jogo ao meio-campo, inaugurou o marcador aos 18 minutos, já depois de ter tido a primeira grande oportunidade no lance anterior.

Bruno Fernandes: foi dos melhores da seleção portuguesa e ajudou a desbloquear o jogo com vários rasgos na frente. Fez a assistência para o 1-0 de Félix, já depois de – e a título de exemplo – no lance anterior ao golo, ter variado do meio para a direita para dar uma solução de passe a Dalot, criando um até então raro desequilíbrio numa defensiva irlandesa fechada e com grande densidade no seu terço mais recuado. Na segunda parte foi dos que esteve mais perto do golo, então já do 4-0.

António Silva: foi o melhor – e mais decisivo – elemento de Portugal no setor defensivo. Resolveu os lances de potencial perigo dos irlandeses, nomeadamente na primeira parte, com dois cortes após uma bola colocada por Adam Idah na área, já depois de aliviar para canto uma bola apetecível para Szmodics finalizar. Também estave no sítio certo para afastar outras bolas que chegaram próximo da área.

Pepe: tal como Ronaldo e Rúben Neves, o central apareceu pela primeira vez no triplo compromisso da seleção antes do Euro 2024. Jogou a primeira parte e, apesar de estar em nítida gestão, cumpriu e destacou-se com um belo corte já perto do intervalo, a impedir que Adam Idah encarasse Diogo Costa.

Rúben Neves: foi também um regresso à seleção esta noite e cumpriu nos 45 minutos da segunda parte, combinando bem com João Neves no meio-campo. Fez a assistência para o 2-0 de Ronaldo.

Adam Idah: tentou agitar no ataque e teve um par de lances de potencial perigo, mas a defensiva de Portugal mostrou-se à altura para anular as intenções do atacante irlandês.