Tal como fizera logo a seguir ao final do jogo, na «flash interview» à RTP, Humberto Coelho sublinhou na sala de imprensa da «Banheira» de Roterdão a ideia de que «esta não foi uma segunda equipa de Portugal, mas antes uma equipa formada por jogadores que estão entre os 22 que aqui vieram para jogar». 

Ainda assim, o seleccionador português confessou que a apresentação de três defesas-centrais teve algo a ver com a vontade de «rodar» atletas menos utilizados e poupar habituais titulares: «Pensámos, antes de mais, na melhor forma de encaixar estes jogadores no onze. Depois sim, também pensámos na maneira de jogar da Alemanha.» 

Para Humberto Coelho, «esta não foi uma vitória fácil». Até porque os alemães entraram melhor na partida: «Criaram-nos situações difíceis e durante algum tempo controlaram a posse de bola. Aos poucos, fomos conseguindo assentar a circulação da bola e começámos a criar espaços entre a linha média e o sector defensivo da Alemanha. Depois, claro que tudo se tornou mais fácil com a obtenção de um golo.» 

Ainda falando da «fase difícil», o seleccionador destacou que «a defesa esteve muito bem na marcações e nas antecipações». 

Manter a atitude 

Humberto Coelho, apesar do «pleno» no grupo A e do encerramento da primeira fase com goleada ao campeão da Europa, não parecia efusivo: «Estou muito satisfeito, mas temos de manter sempre a mesma atitude porque no futebol hoje ganha-se, amanhã perde-se e temos que estar prontos para todas as situações.» 

O treinador português disse que «esta foi a melhor vitória apenas porque foi a última» e passou de imediato aos avisos sobre o próximo compromisso: «Agora teremos a Turquia pela frente, que é um adversário difícil e inspira muito respeito. Não se está nos quartos-de-final sem qualidade.» 

Sérgio e Figo? «Pior era não ter nenhum» 

A exibição de Sérgio Conceição não podia passar despercebida a Humberto Coelho: «Felicito-o pelos três golos e pela excelente exibição. Ele foi, afinal, o complemento do jogo colectivo da equipa.» 

À pergunta que se impõe agora ¿ onde «encaixar» Sérgio? -, Humberto respondeu sem abrir o jogo: «Tenho alguns dias para pensar nisso.» 

Interrogado sobre se o facto de ter Figo e Conceição era um problema, o seleccionador «atirou» que «problema era não ter nenhum deles».