Fernando Santos juntou a sua voz à dos críticos da organização do Campeonato do Mundo no Qatar, em pleno inverno, obrigando os campeonatos europeus a serem interrompidos a meio.

«Não há ninguém que concordem em absoluto com a prova nesta altura. Não é bom para os clubes nem para as seleções», declarou na conferência de imprensa de divulgação dos 26 convocados portugueses para a prova.

 

Ainda assim, o técnico consegue apontar a única vantagem de o Mundial ser organizado no país tão pequeno como o Qatar.

«A única vantagem que tem, é o facto de não termos de viajar, a não ser a viagem longa para lá. As viagens entre jogos no Brasil e na Rússia eram terríveis. Nesse aspeto temos alguma vantagem», admite.

«Não temos nenhum campo a mais de 25 minutos, vamos estar sempre no nosso hotel e aí o desgaste é menor, o que é claramente uma vantagem», acrescentou.  

Na opinião do selecionador, essa questão ganha ainda maior importância tendo em conta o pouco tempo de preparação que a seleção terá antes da prova, que será de cerca de duas semanas.

«Normalmente, antes das grandes competições, temos quatro semanas para preparar. Sempre demos 10 dias de férias, exceto os que jogavam finais. E depois mais três semanas para preparar. Este é um caso completamente distinto. Este espaço de época foi jogado de forma muito intensa. A maior parte das equipas jogou ao fim de semana e a meio da semana», recorda.

«A maior parte dos jogadores esteve quase interruptamente a jogar de três em três dias. Por isso vemos jogadores a passar dificuldades e estão a acusar o cansaço», acredita.