*Enviado-especial ao Euro 2016

A FIGURA

Dzsudzsák – está nos três golos da Hungria. No primeiro, é ele que marca o canto que faz abanar a defesa portuguesa, e depois assina os outros dois, um de livre, outro de fora da área, com ajudas de ressaltos (André Gomes e Nani). Ainda faz um passe de morte para Elek acertar na trave, depois do 3-3. Grande exibição. Não se percebe como não chegou mais longe na carreira, tal a qualidade daquele pé esquerdo. A Seleção estava avisada e mesmo assim não conseguiu travar o general.

Outros destaques

Cristiano Ronaldo – A Seleção precisou do seu capitão e ele respondeu à altura com a assistência para o golo de Nani, com um bonito passe de rotura, e duas belas finalizações assinadas por si. Uma de calcanhar, que valeu o 2-2, e outra de cabeça, a igualar a três golos. Roçou ainda o hat-trick, e mostrou que chegou finalmente ao Euro 2016.

Nani – Marcou o primeiro golo numa diagonal e com um remate de primeira de pé esquerdo, que surpreendeu Kiraly. Foi importante no carrossel ofensivo, mas continua com problemas no controlo de bola, que, com uma melhor definição, podiam tê-lo colocado em boa posição para faturar mais.

João Mário – Foi ele quem deu os primeiros sinais no primeiro tempo de como se ultrapassava as linhas defensivas húngaras, mas o golo de Zoltan Gera acabou por cair bem mal à equipa portuguesa. Voltou no segundo tempo, e arrancou para uma bela exibição, à qual juntou a assistência para o calcanhar de Ronaldo, e muitos outros movimentos de rotura.

Pepe – um poço de energia. Ganhou muitos duelos pelo ar e tentou incentivar a equipa quando esta parecia mais frágil. É verdade que ser destaque num setor que sofreu três golos não costuma fazer muito sentido, mas os golos húngaros não partiram do seu raio de ação.

Quaresma – entrou para assistir Ronaldo e pôr em sentido o lateral-esquerdo húngaro. Importante na recuperação da equipa no segundo tempo.

Szalai e Elek – muito forte fisicamente, o avançado deu muito trabalho ao meio-campo (quando aí caiu) e defesa portugueses. Não marcou, mas trabalhou imenso. Já Elek teve duas boas oportunidades para marcar. Na primeira, defendeu Patrício, na segunda acertou no ferro.

Gera – marcou o primeiro e, aos 37 anos, continua a ser muito influente nesta seleção agora em posição mais recuada. Muito inteligente e com técnica superior, é o principal maestro húngaro.

Renato Sanches – entrou bem, ao intervalo, fazendo a bola chegar mais rápido mais à frente, aproveitando o partir do jogo com a sucessão de golos. Terá agarrado o lugar, depois de uma má prestação de Moutinho no primeiro tempo? Só Fernando Santos o dirá.