*Enviado-especial ao 2016

A FIGURA
Cristiano Ronaldo

Sim, o penálti no fim daquela frase-lei de Murphy Qualquer coisa que possa correr mal corre mal ou pior, mas houve mais. Cristiano, no dia em que se tornou o português mais internacional de sempre, não foi o porto de abrigo que a Seleção mais precisava. O passe de Raphäel Guerreiro merecia melhor destino, com o capitão a aparecer desequilibrado na hora de finalizar e, logo depois, teve um momento em que não acertou bem na bola depois da insistência de Quaresma, em zona privilegiada. A sua melhor ação chegou no segundo tempo, em que acertou uma bomba que Almer, mais uma vez, conseguiu defender. Os livres continuam a não lhe sair bem, e ainda falhou o tal penálti aos 80 minutos, esbarrando no poste. Ainda à procura de um golo que o faça entrar neste Euro.

(TAMBÉM) NEGATIVO
Alaba – A Áustria não existiu na segunda parte e Marcel Köller quando quis mudar alguma coisa, aos 65 minutos, tirou a sua grande figura, para dar lugar ao jovem Schöpf. Teve uma boa oportunidade no fim dos 45 minutos iniciais, num livre que Vieirinha salvou, e pouco mais. Não foi o 10 que a Áustria precisava.

Raphäel Guerreiro
Continua a ser muito importante a profundidade que consegue acrescentar no flanco esquerdo, a que junta depois cruzamentos com critério e que, muitas vezes, mereciam melhor sorte. Muito boa a participação na melhor jogada da primeira parte, em que foi servido por Nani e cruzou rasteiro, atrasado, para Cristiano Ronaldo, que atirou ao lado do poste direito. A defender, exceção feita ao cruzamento permitido a Sabitzer logo no início da partida e que podia ter dado um golo a Harnik, conseguiu controlar a irreverência do jovem extremo. No segundo tempo, combinou com André Gomes (mais um bom jogo) para criar o penálti que Ronaldo sofreu e desperdiçou.

Vieirinha
Continuou a merecer a confiança do selecionador, e retribuiu com uma exibição bem conseguida. Desta vez, e também porque tinha um especialista (Ricardo Quaresma) à sua frente para fazê-lo, não falhou tantos cruzamentos e esteve em dois grandes momentos. Um remate de insistência de fora da área que obrigou Almer a um voo picado para a sua direita e, perto do intervalo, um corte fantástico depois de um livre de Alaba a visar o segundo poste, e já com Rui Patrício batido.

Nani
A percentagem de eficácia está longe de ser a melhor. Se no primeiro encontro marcou um golo, mas falhou mais dois ou três, a verdade é que voltou, perante os austríacos, a não ser feliz. Um cabeceamento sem norte (6), um remate demasiado ao corpo de Almer, quando seguia isolado (13) e um cabeceamento ao poste (30) não abonam muito em favor do português.

William e Quaresma
As duas novidades no onze português, ambas com rendimento positivo. William foi importante no início da construção do jogo português, Quaresma, embora não tão irrequieto como nos últimos jogos de preparação, ajudou a empurrar a Áustria para trás, mantendo em sentido e ganhando um amarelo ao capitão Fuchs. Fernando Santos voltou ao Plano A, o da Islândia, ao retirá-lo e dar lugar a João Mário para os últimos 20 minutos.

Baumgartlinger
O melhor dos austríacos. Está sempre a pensar em qual a melhor solução para reagir à perda da bola, orientando todos os companheiros do setor nos movimentos corretos. Foi a verdadeira referência, e também o primeiro ponto de partida para o que a equipa de Köller (pouco conseguiu) construir no plano ofensivo.