Uma mistura de sentimentos invadiu Sá Pinto na sala de imprensa. Primeiro a alegria espelhada num sorriso rasgado, depois a emoção quase vertida em lágrimas. «Sempre disse que estava disponível, que me sentia bem, que podia voltar a competir ao mais alto nível, apesar de todos os sacrifícios que tenho feito, e hoje todos puderam constatar isso mesmo», começou por referir.
«Tive alguma felicidade na forma como consegui o segundo golo, obviamente, a felicidade que todos os jogadores procuram, mas o mais importante é que marquei dois golos e que os golos que marquei foram fundamentais para a equipa. Isso é que me satisfaz. E hoje estou muito, muito contente».
A alegria notava-se nos olhos do número dez leonino. Tanto tempo depois, voltou a marcar para a Superliga. «Vocês sabem como muitos pensavam que se calhar nunca mais iam ver o Sá Pinto a jogar desta maneira, mas com a ajuda da minha família, dos amigos, do departamento médico, do fisioterapeuta António Gaspar, foi possível». Sá Pinto só a muito custo evitava nesta altura as lágrimas.
«Quero dedicar um destes golos ao Niculae que está a passar um momento complicado como eu passei, mas que de certeza vai voltar a ser o que era, porque é um grande jogador e merece o melhor. Quero também deixar um abraço ao Mantorras, que está novamente a jogar e que bem o merece. Só quem passou pelo que nós passámos pode imaginar o que é estar nesta situação».