Depois de um arranque em grande na Liga espanhola, Ronaldo viajou para o Brasil, para se juntar à selecção, e logo à chegada ao aeroporto aproveitou para tentar fechar um tema delicado: o seu alegado envolvimento com traficantes de droga. Num depoimento voluntário à polícia, logo depois de desembarcar no Rio de Janeiro, o avançado do Real Madrid dirigiu-se de helicóptero para o Serviço de Repressão a Entorpecentes (SER), em Niterói.
Segundo a agência Reuters, Ronaldo prestou esclarecimentos ao delegado Luiz Marcelo Xavier, durante 40 minutos, negando qualquer ligação com Amon Lemos, irmão de sua ex-namorada Lívia Lemos, preso por acusações de tráfico de drogas e associação com o tráfico. O jogador escusou-se aprestar declarações à imprensa. «Ronaldo cumpriu o dever dele e colaborou com a Justiça. Essa foi a opção de uma pessoa séria, que não deve nada a ninguém», limitou-se a afirmar o assessor de imprensa de Ronaldo, Paulo Julio Clement.
O nome do jogador apareceu em escutas realizadas pela polícia como parte de uma investigação para desmontar uma quadrilha do Rio de Janeiro e Niterói que vendia drogas pela Internet. O jogador foi citado por Amon numa conversa com Thiago Tauil, acusado pela polícia de ser um dos maiores distribuidores de ecstasy no Estado do Rio e que também está preso. «O Ronaldo teve nome e imagem usados indevidamente pelos jovens que vendiam drogas pela Internet. Ele disse que não sabia da ligação do Amon Lemos com o tráfico e que é muito comum as pessoas usarem o seu nome para ganhar status», disse o delegado Luiz Marcelo Xavier aos repórteres, qualificando o depoimento do jogador como «esclarecedor».
Ronaldo apresenta-se na Seleção Brasileira esta terça-feira, iniciando a preparação para a partida de domingo contra o Chile, a contar para a qualificação para o Mundial. No mesmo vôo que trouxe Ronaldo ao Rio desembarcaram os seus companheiros no Real Madrid, Júlio Baptista e Robinho, que também estão convocados para a seleção brasileira.