O treinador do Rio Ave, Luís Freire, na conferência de imprensa após a vitória por 2-0 no Estádio dos Arcos, diante do Estoril, na 20.ª jornada da Liga:

«[Análise ao jogo] O Estoril apareceu com uma estratégia de muito encaixe no nosso jogo ofensivo, a tentar marcar individualmente os nossos médios e a pressionarem os nossos centrais na construção, bloqueando o nosso jogo ofensivo. Quando demos liberdade aos nossos jogadores, começámos a criar mais perigo. O jogo [estava] muito encaixado, Estoril com mais bola em meio campo ofensivo nos primeiros 25 minutos, mas depois conseguimos encontrar o homem livre, com uma ocasião do Boateng. Estava dado o tónico para a segunda parte.

Tivemos de ir mexendo nas peças para libertar os jogadores das marcações. A equipa entrou bem na segunda parte, com os médios a pegar no jogo e mais abordagens ao último terço. Demos energia com o André [Pereira], havia espaço entre linhas para explorar, lançámos o Savio para o projetar e dar mais capacidade ofensiva ao flanco esquerdo. Numa recuperação alta, intercetámos uma bola pelo Samaris, um grande passe do Graça isolou o Boateng e ganhámos o penálti. A partir do 1-0, a equipa libertou-se de alguns fantasmas e, a ganhar, começámos  a ter um jogo mais fluido. Ao quererem arriscar com dois pontas de lança [Cassiano e João Carlos], fechámos a defesa com o Nóbrega, mas sem tirar o olho da baliza do Estoril e o golo surge nessa perspetiva: Estoril balanceado e nós a querermos matar o jogo.

Vitória justa do Rio Ave, a equipa que na segunda parte fez muito por merecer e acreditou sempre. Tentou sempre jogar, não queimou tempo, nunca foi uma equipa acomodada. A vitória é justa e já merecida há algum tempo, mérito dos jogadores.

[Saída de Baeza aos 36m] Foi uma indisposição. Sentiu-se mal disposto, mas já está melhor.

[Foi um pontapé na crise?] Sabemos que todas as equipas do nosso campeonato passam por isto e quanto mais cedo sairmos destes ciclos, melhor. Agora vemos que nos últimos nove jogos só perdemos três. São ciclos, fazem parte, houve maturidade, grupo, companheirismo, união, muita frontalidade e muito apoio uns com os outros. Foi esse o espírito que se viveu aqui dentro, grande tranquilidade no trabalho. 24 pontos dão uma perspetiva muito boa da época. Hoje, é o culminar do trabalho com o regresso às vitórias.

[André Pereira não marcava desde dezembro de 2019] É um jogador que, quando cheguei, estava lesionado, no ano passado jogou o último jogo para ser campeão porque já estava a treinar e quisemos que sentisse esse gosto. Este ano, começou a titular, depois lesionou-se e saiu desse momento de forma que estava a começar a ter. Voltou a contar para nós nos últimos jogos, tem sido um jogador mais utilizado, já buscava este golo há muito e para mim é uma alegria ver os jogadores a sentirem que estão a ajudar e a ser mais úteis. Ele já esteve em clubes grandes, já brilhou no futebol português. Com a capacidade de trabalho e vontade que tem, acredito que vai ser feliz no futebol, merece muito este golo e é justo para ele.

O Graça também fez o primeiro golo na I Liga. Estou feliz por eles. Este grupo tem sido muito coeso na dificuldade, vamos reequilibrando e lançámos jovens como o Fábio [Ronaldo] e o Costinha. [Temos de] olhar para estes jovens que estão a aparecer no Rio Ave: Bruno Ventura, Magrão, Lomboto. Estamos a lançar jogadores da formação, outros estão a aparecer. Estou orgulhoso das respostas deles na I Liga e podem contar comigo para tudo.»