O facto do Rio Ave ser a equipa com mais empates da Europa pode ser visto de duas perspectivas, pode significar que não perde, mas também pode significar que não ganha. Mas isso é bom ou mau? Tem a palavra o central Franco. «Eu acho que é bom», responde. «E é também um orgulho. Se tivéssemos uma derrota pelo meio, já não estaríamos aqui a falar e a moral do grupo já não seria tão grande», adianta.

O que recupera a velha evidência que é melhor empatar do que perder. Mas talvez ainda mais do que isso. «Uma equipa que não perde, ganha consistência defensiva e ganha motivação. Acho que é mais moralizador ter seis empates e uma vitória, o que dá nove pontos, do que ter, por exemplo, três vitórias e quatro derrotas, que dava na mesma nove pontos. Pelo menos defensivamente é bom ter esta série de empates», acrescenta.
O guarda-redes Mora é mais pragmático. Recorda que «números são números» e que «as estatísticas são lindas no final do campeonato». Pelo caminho sublinha a ideia que o Rio Ave continua uma equipa muito difícil de bater, diz. «Temos uma defesa formada por jogadores experientes e que já se conhecem. Somos um grupo compacto e que já mostrou que o bom campeonato da última temporada não foi um acaso».
Franco estende esta análise à equipa. «A defesa começa no ponta-de-lança», diz «Mas isto não significa que joguemos para empatar. Nós jogamos sempre para ganhar e uma prova disso é que temos cinco ou seis jogadores ofensivos na equipa em todos os campos. Apenas temos tido alguma infelicidade porque, por exemplo, estivemos a ganhar ao Belenenses, ao Penafiel e ao Beira Mar, e acabámos por empatar».
As rotinas, diz, talvez ajudem a explicar estes factos. «O Mora, o Zé Gomes, eu, o Idalécio e o Miguelito já jogámos juntos há dois, três anos, já nos conhecemos bem e temos rotinas de jogo bem conhecidas. Na frente há o Ricardo Nacimento e o Saulo, que chegaram este ano». O que é um dado importante. «Além disso, defensivamente é mais fácil ganhar rotinas do que ofensivamente. Jogar ofensivamente é mais difícil do que jogar defensivamente. O que pode explicar algumas coisas».