O jogo que abriu a jornada 19 bem pode encontrar analogia na fábula da cigarra e da formiga. O que tem La Fontaine que ver com isto? É que tal como a formiga da célebre historieta infantil, os maritimistas trabalharam em tempo útil para atingirem o seu objectivo, e no final acabaram por desfrutar do labor inicial.

Tudo se resolveu em 18 minutos e é aqui que deixamos La Fontaine e enveredamos por La Palisse: a verdade evidente é que o Maritimo é uma equipa superior em todos os aspectos ao Rio Ave, como a classificação bem o demonstra, e além disso dispõe de um talento maior do que os seus pares: Danilo Dias.

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O médio goiano, de 26 anos, resolveu a partida em dezoito minutos. O Rio Ave entrou em campo desconcentrado e acabou por pagar caro a falta de rigor defensivo.

Danilo Dias cobrou e bem: logo aos 4 minutos uma boa recuperação de bola, um «slalom» entre os centrais e um remate colocado abriram o marcador; aos 18, puro oportunismo, a emendar um canto desviado ao primeiro poste.

Marítimo demolidor; Rio Ave a perder fôlego

O Marítimo entrou demolidor e só se abalou quando Braga reduziu a diferença, com uma bomba de fora da área, já perto do intervalo: um grande remate que surpreendeu até o quase intransponível Peçanha. A perder por um golo, a equipa da casa tornou-se, naturalmente, mais afoita no segundo tempo.

Tudo acabou por resumir-se a uma pressão fugaz e uns tiros de pólvora seca. João Tomás e Braga tentaram visar a baliza de Peçanha, muito seguro, e Pedro Martins acabou por mexer bem na equipa: soube povoar o meio-campo em devido tempo, manter referências no ataque e limitar os espaços do adversário na hora de defender.

Estratégia simples para controlar um jogo em que a equipa de Carlos Brito foi perdendo fôlego à medida que os ponteiros do relógio avançavam.

A figura: Danilo Dias a decidir, pois claro

Com o jogo controlado, os insulares foram-se soltando e procurando, pela certa, sentenciar a partida. O que acabou mesmo acontecer aos 86 minutos, num lance em que Manuel Mota descortinou uma mão na bola na área de André Vilas Boas. João Guilherme converteu e acabou com as dúvidas.

Pelo caminhou sublinhou uma verdade insofismável: o Marítimo é substancialmente melhor equipa que o Rio Ave e esta noite precisou apenas de 18 minutos para provar isso mesmo. Com uma motivação adicional: com esta vitória os insulares colocam pressão sobre o Sporting na luta pelo quarto lugar.