Um golo do estreante Diakité, numa jogada com culpas para o guarda-redes Paiva, que saiu dos postes numa imitação menos ridícula do que Ricardo fez na Alemanha, valeu ao Belenenses a terceira vitória da época (primeira fora de caa). Mais do que isso, valeu a subida na tabela e a saída da zona de descida. Respira-se bem melhor no Restelo.
No sentido inverso, respira-se muito pior em Vila do Conde. Não que se respirasse bem antes, não respirava, mas o Rio Ave caiu para último lugar. Pior do que isso, recebeu a lanterna-vermelha num jogo em casa, perante um adversário directo, que chegou a este jogo, ele sim, no último lugar da classificação. Carlos Brito entrou mal. Muito mal.
O treinador mudou muito pouco neste jogo de estreia, de resto. O avançado Henrique, colocado sobre a faixa direita, foi a maior novidade, num onze que manteve Livramento com liberdade para pisar todos os espaços e encostou Evandro mais à esquerda. O Rio Ave entrou bem pior no jogo, no entanto, e apenas a partir da meia-hora criou perigo.
Até então, até aos trinta minutos, só o Belenenses tinha ficado perto de marcar. Por duas vezes, ambas em finalizações de Marcelo: um avançado com instinto finalizador. Uma infantilidade de Júlio César, que protestou com o árbitro com a bola nas mãos, viu amarelo e deu origem a um livre indirecto, trouxe finalmente o Rio Ave para a frente.
Livramento rematou a beijar o poste na sequência do livre indirecto dentro da área, Evandro cabeceou por cima logo a seguir, Henrique falhou isolado na cara de Júlio César e Gaspar cabeceou às malhas laterais. Tudo em quatro minutos. Foi o melhor período do Rio Ave. Quatro minutos que tornavam o empate justo ao intervalo.
O Belenenses marca e Vinicius Pacheco volta a jogar
Na segunda parte os dados não se alteraram por aí além. O Belenenses entrou melhor e marcou aos 55 minutos, no tal cabeceamento de Diakité que apanhou Paiva fora da baliza. Só nessa altura o Rio Ave percebeu o risco que corria. Carlos Brito apostou tudo e fez entrar Mateus e Semedo: a equipa jogava com três pontas-de-lança na frente.
Pelo meio o Belenenses teve duas ocasiões de matar o jogo, mas Marcelo e sobretudo Mano, numa clara oportunidade de golo, não conseguiram marcar. Depois a equipa sofreu. Mateus isolou-se na cara de Júlio César, mas perdeu muito tempo. Bruno Mendes cabeceou para boa defesa do guardião e Evandro rematou por cima da barra.
Os minutos finais foram por isso de emoção. Pelo meio Mateus ficou maltratado num choque com Júlio César e teve que sair de ambulância para o hospital. Logo a seguir entrou Vinicius, o tal que valeu uma queixa do Trofense, entrou em campo, num sinal de que o Belenenses sente a razão do seu lado. Para já, saiu da zona de despromoção.