Ricardo vai contar com uma nova oportunidade para recuperar a titularidade na baliza do Bétis depois de ter deixado uma boa impressão no jogo da Taça do Rei e na sequência do momento negativo por que passa o seu companheiro Casto a quem fez questão de defender. O internacional português espera responder agora com confiança, depois dos «momentos difíceis» por que passou no banco de suplentes, uma situação a que «não estava acostumado».
O treinador Paco Chaparro tinha anunciado que se Ricardo correspondesse às expectativas no jogo da Taça, «jogaria mais jogos». O guarda-redes português aceitou o repto e esteve em bom plano frente ao Real Unión, com algumas intervenções de mérito, tendo em conta os poucos minutos de competição esta temporada. O treinador cumpriu com a sua palavra e anunciou que o guarda-redes português vai ser titular por «quatro ou cinco jogos».
Ponto final, portanto, num período difícil que levou Ricardo a dirigir as suas primeiras palavras ao companheiro Castro, alvo de duras criticas e que vai, agora, assistir aos jogos do banco. «Sou guarda-redes e sei que de fora se fala muitas vezes sem se ter conhecimentos básicos do que é ser guarda-redes. Muitas pessoas não conhecem as dificuldades inerentes a quem está na baliza e Casto fez muitos bons jogos. Recordam-se sempre as coisas mais negativas quando se comete uma falha. Esta é a altura de dirigir-lhe palavras de apreço, carinho, porque é um companheiro que trabalha muito bem», referiu.
«Estava habituado a ser titular»
O jogo da Taça acabou por ser decisivo para a troca de papéis. «O principal objectivo era ganhar e cumprimos. Era um campo difícil, onde o Real Madrid tinha perdido, e estávamos avisados. Fizemos um jogo consciente, jogando de forma prática para que o principal, que é a vitória, chegasse. É óbvio que estava com muita vontade de jogar porque já não o fazia há muito tempo, mas o mais importante é que o Bétis ganhou», comentou.
Ricardo manifestou-se ainda satisfeito com as palavras de confiança do treinador e feliz por ver os seus esforços nos treinos recompensados. «Eu e os meus companheiros treinamos todos os dias com o objectivo de jogar sempre, mas só o podem fazer onze e entre todas as posições a de guarda-redes é a mais difícil porque só pode jogar um», adiantou. «Tendo em conta de que estive muitos anos sempre a jogar, estava habituado a ser titular, foi um período muito difícil, mas nessas alturas tens que ser profissional e continuar a trabalhar com a mesma vontade para voltar a jogar, mas não é fácil», acrescentou.
Os tempos difíceis ficaram para trás, mas Ricardo diz que também retirou pontos positivos do período em que foi suplente. «Quando estás tanto tempo sem jogar aprendes muitas coisas, tens mais tempo para reflectir. Nem tudo foi mau. Acredito que consegui coisas positivas neste tempo», destacou.