Fernando Redondo, antigo jogador do Real Madrid e do AC Milan, coloca um ponto final na sua brilhante carreira de futebolista por falta de propostas para continuar a fazer aquilo que mais gosta. O argentino, de 35 anos, foi um dos mais interessantes jogadores da sua geração, um médio de características ímpares, tanto a atacar como a defender.
«Estou muito agradecido ao futebol pelo que me proporcionou, mas chegou a hora de terminar a minha carreira como jogador e começar uma nova etapa», afirmou o ex-jogador numa entrevista concedida à estação ESPN Rádio Rivadavia, de Buenos Aires. O argentino, que reside em Madrid, pretende continuar «ligado ao futebol» e vai iniciar «uma etapa de transição para meditar e encontrar» o seu futuro na modalidade.
Redondo teve um final de carreira atribulado, vítima de uma lesão grave que o impediu de competir no Milan com a regularidade que se impunha. Mas, agora, estava recuperado e até podia «realizar mais uma temporada a bom nível», assegurou. Mas não tinha propostas: « [A retirada] É uma realidade. Até há alguns dias não estava totalmente convencido. Mas hoje digo que não há volta atrás». Por causa da família recusou um convite para jogar no Qatar e em Espanha não queria jogar com outra camisola sem ser a do Real Madrid.
O perfil de um hispano-argentino
Fernando Carlos Huerta Redondo nasceu em Buenos Aires e foi formado no Argentinos Juniors, tal como Diego Maradona. Chegou a Espanha em 1991, para jogar no Tenerife, transferindo-se em 1995 para o Real Madrid, clube que lhe permitiu vencer duas Ligas dos Campeões, em 1998 e 2000.
Os seus desentendimentos com o intransigente Daniel Passarela, então seleccionador nacional, fizeram-no renunciar à selecção argentina e naturalizar-se espanhol, seguindo o exemplo de Alfredo Di Stefano e Jorge Valdano, dois outros nomes importantes da história do Real Madrid.
O médio, que disputou o Mundial dos EUA-94, disputou 29 encontros com a camisola «alvi-celeste» argentina, nos quais marcou apenas um golo.
A sua transferência do Real Madrid para os italianos do AC Milão, no final da temporada de 1999/2000, causou alguma polémica no clube espanhol, com os adeptos a criticarem o presidente Florentino Perez, então recém-eleito, por o ter deixado partir.
No entanto, Redondo só começou efectivamente a jogar pelos milaneses dois anos e meio mais tarde, em Dezembro de 2002, uma vez que em Julho de 2000 sofreu uma grave lesão no tendão rotuliano do joelho direito. Era o princípio do fim.