O historial da Naval com os chamados grandes não é nada famoso. Com excepção de uma eliminatória da Taça de Portugal, na época de 2002/03, já nos quartos-de-final, que redundou num escândalo em Alvalade. Na altura, os figueirenses militavam na Liga de Honra e a partida elevou um tal de Costé, autor do único golo do encontro, à categoria de herói. Os jogos com os candidatos ao título têm-se saldado por triunfos dos mais fortes.
Se, ante o Benfica, ainda há uns empates para melhorar a folha de serviço, contra o F.C. Porto torna-se difícil encontrar algum foco de resistência navalista, até porque dos oito confrontos entre estas equipas, apenas em dois os figueirenses lograram, sequer, marcar golos. Escusado será dizer que o pecúlio cifra-se em oito vitórias para os azuis e brancos, entre jogos de campeonato e Taça de Portugal.
Os únicos golos que o campeão nacional sofreu da Naval aconteceram precisamente na época de estreia (05/06) da equipa no escalão maior, de resto a mais produtiva nos embates com os grandes. Logo no primeiro jogo entre ambos, em Agosto de 2005 (2-3) e, em Janeiro do ano seguinte, para a Taça de Portugal, num encontro igualmente disputado na Figueira e que os dragões venceram por 1-2. Em suma, há quase três anos que os figueirenses não marcam ao F.C. Porto e o autor dessa última proeza foi Saulo, na altura recém-chegado à Naval, vindo do Rio Ave.
Inviolabilidade pode terminar este sábado
O avançado brasileiro recorda-se bem desse encontro. «Fizemos um bom jogo, apesar da derrota. O F.C. Porto saiu na frente, com um golo do Diego, mas eu tive a felicidade de marcar, de grande penalidade, e restabelecer a igualdade, no início do segundo tempo. Depois, acabámos por sofrer o segundo golo já perto do fim [aos 78 minutos, também numa grande penalidade, convertida por Lucho Gonzalez], que resultou dum lance bastante contestado da nossa parte. Acredito que se não fosse essa jogada teríamos chegado ao prolongamento e quem sabe aos penalties», lembra o último navalista que enganou um guarda-redes do F.C. Porto.
Saulo só encontra uma explicação para tanto tempo de imunidade portista aos remates certeiros dos jogadores figueirenses. «Eles têm uma defesa muito certinha, muito boa mesmo. E ganharam muitos campeonatos ultimamente, o que se prova que têm uma grande equipa», analisa o experiente avançado, que acredita, todavia, que essa inviolabilidade vai terminar no próximo sábado: «Penso que agora será mais fácil, pelo mau momento que estão a atravessar. Até já estão a pedir a cabeça do treinador e nós podemos tirar proveito disso.»
Quanto à receita para conseguir a primeira vitória frente a um grande no campeonato, Saulo fala em «jogar sem medo», tomando como inspiração o jogo que o Leixões realizou, na última semana no Dragão.
Quarteto condicionado
Com Diego Ângelo em recuperação acelerada para defrontar o F.C. Porto, o que consiste numa boa notícia para Ulisses Morais, o treino desta quarta-feira não contou com Gilmar, devidamente autorizado a faltar aos trabalhos devido ao nascimento de uma filha.
De resto, além do próprio Diego Ângelo, também Dudu (mialgias), Lazaroni (gripe) e Bruno (tendinite) fizeram trabalho condicionado, mas as mazelas não inspiram cuidados de maior.