RAPAZ DO BRINCO
Música: Vitorino
Letra: José Jorge Letria
Eras o rapaz do brinco
Eras o herói da tarde
Driblador cheio de afinco,
Médio seguro ou trinco
Da alegria dessa idade
Eras a festa do jogo,
Com o resultado incerto,
Entre a água e o fogo,
Adeus Vítor até logo
Que a vitória andou perto.
Eras o brinco perdido
Na parcela do relvado
Onde em sonhos tidas lido
As promessas sem sentido
De um contrato renovado.
Eras o ponta de lança
Da infância sem ternura,
O campeão que foi esperança
E essa eterna criança
Sempre às portas da loucura
Foste a sombra do que eras,
A carreira interrompida,
Gazela no meio das feras,
A ruína das quimeras,
Destroço de um fim de vida.
Foste esse brinco perdido
Em grande tarde de glória
E podias ter vencido,
Mesmo vergado e rendido
Pelas traições da memória.
Foste o brinca jóia rara
Desse tempo de conquista;
A loucura sai tão cara
E se a grandeza é tão rara
Que viva o Vítor Baptista.