Decisivos numas épocas, há jogadores que vão passando despercebidos noutras; outros são apostas do defeso e acabam por tardar em poder mostrar o interesse que motivou a sua contratação. Não é por sua opção. É, geralmente, pela opção do treinador. É uma das regras – o mister é que sabe quem joga – e são vários os que vão vendo os jogos passar sem terem a oportunidade de entrar em campo por um minuto que seja.

Nesta época 2013/14 há um nome que ainda está bem na memória dos adeptos do futebol pelo que fez na na última temporada, nomeadamente na penúltima jornada: Kelvin. O brasileiro marcou o golo que derrotou o Benfica e que lançou os dragões para a conquista do título na ronda que no fim de semana seguinte pôs termo ao campeonato. Na presente edição da Liga, Kelvin ainda não jogou um minuto. Na anterior, tinha estado em oito partidas (uma delas titular).

Outro caso no líder do campeonato é o de Diego Reyes, o jovem central mexicano contratado ao América numa corrida que os campeões nacionais disputaram com o Benfica e que ultrapassou a fasquia de cinco milhões de euros. Quando foi contratado, Reyes assumiu que vinha ainda no âmbito de «formar» o seu futebol, mas ainda não teve qualquer chance em campo, apesar de o FC Porto já ter tido Mangala ou Maicon lesionados e ter emprestado Abdoulaye.



O máximo que Reyes conseguiu de Paulo Fonseca foi ficar no banco de suplentes três vezes. Kelvin, nem isso conseguiu em qualquer ocasião. Em Alvalade o cenário é idêntico variando no dobro das situações. Salim Cissé esteve duas vezes no banco, Welder esteve uma; mas estes dois jogadores vêm da equipa B e por lá continuam a rodar...

Quanto a Labyad e Jeffrén, a situação é bem diferente. O marroquino está na equipa B desde que não aceitou reduzir o ordenado. O clube não conta com ele nesta condição para a equipa principal, onde, na época que passou, só na Liga, Labyad esteve em campo quase 1000 minutos em resultado da utilização em 19 jogos (11 vezes titular). E o futuro parece mesmo ser a saída [leia aqui].

Jeffrén não teve tanta presença na equipa do Sporting na época transata como o marroquino; mas, mesmo já em período de desencanto com o futebol do espanhol, o antigo jogador do Barcelona ainda fez 13 jogos divididos entre a titularidade (2/3 terços) e o banco. Em 2013/14, Jeffrén não está na equipa principal, nem na B, nem está sequer inscrito.



Steven Vitória e Funes Mori são os casos na Luz de contratações para esta época ainda sem minutos na Liga. Jorge Jesus tem deixado os dois jogadores pela equipa B tendo chamado o defesa luso-canadiano e o avançado argentino uma vez para jogos da Taça, mas apenas em uma ocasião, para cada, os colocou a suplentes da primeira equipa.

O Estoril foi um clube que perdeu várias peças chave da equipa, como Licá, Carlos Eduardo, Jefferson ou o já referido Steven Vitória. Mas a equipa orientada por Marco Silva também contratou sem, no entanto, utilizar Gladestony uma única vez no campeonato. O mesmo tendo acontecido com o jovem Leandro Borges, ou Tiago Gomes, opção utilizada até à época passada.

Em todos os clubes há relógios a zero

Em todos os clubes da Liga se encontra jogadores que ainda não calçaram a sério no campeonato tendos sido opção até à última época ou apostas em contratações para este ano. Seja por lesão, como é o caso de Djamal no Sp. Braga – a ganhar o ritmo necessário depois de uma lesão prolongada –, ou de Skolnik no Nacional, seja por opção técnica, como acontece com Leandro Freire no V. Guimarães.

Ou há jogadores da casa, como Luís Olim no Marítimo, ou Nuno Piloto na Académica, que vão mantendo o espírito no balneário, mas têm cada vez com menos espaço na equipa principal e vão ficando ,assim, sem minutos em campo.

Entre Nivaldo do Rio Ave – que na última temporada fez 20 jogos para a Liga e nesta nenhum – ou Min-Woo Kang contratado neste ano pelo V. Setúbal ao Sangju Sangmu Phoenix, todos os clubes têm jogadores com zero no relógio. Como no Gil Vicente há, por exemplo, Daniel Faria, no Belenenses há Kaká (ex-V. Guimarães), no Olhanense estão os jovens croatas Karamatic e Cica, no P. Ferreira há o médio Uillian, ou no Arouca estão os casos de Kovacevic e Hugo Monteiro.