Ricardo Quaresma regressou à Selecção Nacional, depois de uma ausência prolongada. O extremo, que já não era chamado desde Outubro de 2008, foi titular nos jogos com o Chipre e com a Noruega. Uma rotura muscular na coxa direita afastou-o da primeira convocatória de Paulo Bento, seu antigo companheiro de quarto nos tempos em que o treinador e o «7» do Besiktas actuavam no Sporting.

Em entrevista ao Maisfutebol/TVI, o internacional português mostra-se satisfeito com a escolha feita pela FPF e espera jogar sob as ordens "do Paulo" que agora é "o mister Paulo".

Estava em boa forma quando regressou à Selecção. Depois desta lesão, acha que vai conseguir readquirir esse nível?

«Claro. Vou voltar ainda melhor. Não será devido a esta lesão que vou perder a forma física. Sinto-me bem e acredito que poderei voltar ao mesmo ritmo, ou melhor. Talvez consiga surgir um pouco acima desse ritmo. É para isso que trabalho.»

Ficou desiludido por não poder disputar os jogos com a Dinamarca e a Islândia?

«Fiquei, porque não gosto de estar parado e também porque era importante para todos nós. Era particularmente importante para mim, porque gostaria de ajudar o nosso país a alcançar o objectivo que queremos atingir.»

Foi colega de Paulo Bento no Sporting. Que ideia tem do seleccionador nacional?

«Aprendi muito com o mister Paulo, a nível pessoal e profissional. Como treinador... Ainda não fui treinado por ele, mas é uma pessoa que sabe o que quer e o que faz. Tem uma grande personalidade e desejo-lhe a maior sorte do mundo. Espero que consiga ajudar todos os portugueses a alcançar aquilo que todos nós queremos. Espero ter o prazer de voltar a trabalhar com ele, agora como treinador.»

Era fundamental mudar de seleccionador nesta altura?

«Não vou entrar por aí. O futebol tem momentos e cada pessoa também tem o seu. Acho que a Federação tomou a decisão que tinha de tomar, mas não sou eu que tenho de dizer se está ou não correcta. Até porque também não sei bem o que se passou. Nem tenho de saber. São coisas entre a Federação e os treinadores. Eu, como profissional, se voltar, só tenho de trabalhar e ajudar a selecção a ganhar.»

Nota-se que há outra motivação e, pelos vistos, a selecção voltou a conquistar os adeptos. Sente isso?

«É normal. Há um treinador novo e toda a gente se quer mostrar. O técnico tem uma mentalidade ganhadora e transmite isso para os jogadores. É normal que eles entrem com outra vontade, outro querer. Depois de ganhar é normal que os adeptos comecem a acreditar cada vez mais na Selecção.»

Pensa que Portugal está novamente na corrida por uma presença no Euro?

«Acredito que sim. Acho que era uma vergonha que a nossa selecção, com o talento, a qualidade e a equipa que tem, não estivesse no Europeu. Era uma vergonha para o nosso país não estarmos presentes. No entanto, acredito que vamos a tempo de mudar as coisas. Com estas vitórias conquistou-se mais confiança e moral na corrida por esse objectivo. Acredito que, todos juntos, possamos dar a volta a esta fase complicada que passámos.»

É um hábito sofrer até ao fim...

«Infelizmente, ultimamente, tem sido um hábito. Mas o importante é chegarmos lá e mudarmos o que está errado. Certamente existirá muita coisa que está errada e que só nós, jogadores, e o treinador é que poderemos mudar. Acho que é para isso que estamos a trabalhar neste momento, a mudar tudo aquilo que fizemos mal, para voltarmos a ser o que éramos, jogarmos bem como equipa e não sofrermos tanto.»

Antes de Paulo Bento ser contratado, chegou a ser equacionada a possibilidade de Mourinho orientar a Selecção. Como viu esse processo?

«Já falei do mister Paulo e acho que foi a melhor escolha que a Federação fez.»