A figura: Cristiano Ronaldo

Terá sempre a sua falange de detratores, os adeptos de Messi e os que, não sendo, criticam de forma ininterrupta as demonstrações de arrogância do capitão português. Porém, não custa repetir a ideia, esqueceu as limitações físicas e o cenário de dispensa, aceitou defender as cores nacionais e cotou-se com os dos melhores de Portugal no embate com o Equador. Golo de tremenda qualidade ao minuto 23, com um toque de classe a tirar um adversário do caminho antes de fuzilar Banguera. 62 minutos em campo. Foi diretamente para os balneários.

O momento: Caicedo pinta o quadro de negro

Portugal operara uma reviravolta interessante mas comprometeu logo a seguir com o golo de João Pereira na própria baliza. Mas Caicedo pintaria o quadro de negro ao minuto 72, após assistência de Benítez. Remate violento do antigo avançado do Sporting para o 2-3. Saiu logo a seguir. Calou algumas más línguas.

Outros destaques:

Felipe Caicedo

Regressou a Portugal para provar que mereceria outro tratamento na sua passagem pelo Sporting. Exibição interessante na frente de ataque do Equador, ganhando alguns lances em velocidade e força a Neto e Bruno Alves. Falhou um par de oportunidades na etapa inicial mas, segundos antes de sair, encheu o pé para assinar o 2-3 para o Equador.

Luis Antonio Valencia

De longe a unidade mais criativa desta interessante seleção equatoriana. O extremo do Man. United apresenta uma velocidade impressionante, aliada a boa condição física. Causou estragos pelo flanco direito e inaugurou a contagem em Guimarães.

Chucho Benítez

Talento interessante, este Christian «Chucho» Benítez. Avançado relativamente baixo mas extremamente preciso nos movimentos e poderoso no contacto com os adversários. Joga no América do México.

Nani:

Estava em clara crise de confiança, falhando quase tudo a que se propôs durante a etapa inicial. Não deixa de acreditar e pedir bola, até encontrar a felicidade. Entrou melhor na segunda parte e acabou por esboçar um sorriso após bom trabalho na esquerda e cruzamento rasteiro para o golo de Postiga. Foi o que de melhor fez. Logo após o 2-3 para o Equador, pediu para sair.

Luís Neto

Hipótese como titular para o promissor defesa-central. Trocou o Siena pelo Zenit e poderá assumir-se, se manter o bom nível, como uma séria alternativa para o eixo da seleção nacional. Formou dupla com outro produto das escolas do Varzim, Bruno Alves, agora seu colega de equipa no Zenit de S. Petersburgo. Contudo, regressou a casa com três golos sofridos. Não é bom.

Eduardo

Outra novidade no onze de Paulo Bento. Entusiasma a forma como canta o hino nacional. Contudo, não teve uma noite feliz. Falha clara no primeiro golo do Equador e desentendimento com João Pereira no segundo. Escapou incólume no pontapé violento de Caicedo, mas a noite não lhe deixará boas recordações.

João Moutinho

Belíssimo momento de forma, voltando-se a assumir como a unidade mais produtiva no setor intermediário da seleção nacional. Pormenores de qualidade no apoio ao setor ofensivo. Mais escondido na etapa complementar, ainda assim.

Fábio Coentrão

Vaivém contínuo pelo lado esquerdo da seleção nacional. Sente-se bem com as cores de Portugal. Belo toque no lance do primeiro golo, assinado por Ronaldo. Bem melhor a atacar que a defender. Algumas dificuldades para travar Valência.

Maximo Banguera

O curioso guarda-redes do boné, que não dispensa o utensílio nos jogos noturnos, acaba por sair de Guimarães com a sensação de dever cumprido. Boas intervenções perante a sucessão de ataques da seleção nacional.